Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Kinoshita, Jamir Osvaldo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-03072024-142202/
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Resumo: |
Esta tese propõe uma articulação entre comunicação, trabalho e inclusão social de pessoas com deficiência (PcD) motora pela perspectiva da ontologia do ser social (Lukács, 2012). Partindo do princípio de que a imbricação da comunicação com o trabalho (Fígaro, 2008; 2009) confere autorreconhecimento a todo ser humano, esta pesquisa tem como objetivo compreender o significado do mundo do trabalho das PcD motora, o qual se materializa pelas relações de comunicação e, em situações reais, colabora no processo de inclusão desses trabalhadores. Nossa hipótese é que o binômio comunicação e trabalho possibilita entender as dramáticas do uso de si (Schwartz, 2004) que se configuram na esfera laboral e que são postas no desenvolvimento da atividade de trabalho das PcD motora. Para tanto, começamos por estabelecer uma conceituação sobre a deficiência, agregando contribuições teóricas de outras áreas como o design centrado no usuário (Dantas, 2014), a saúde coletiva (Vale de Almeida, 2004; Dejours, 2004; Birman, 2005; Ortega, 2006) e a crítica ao neoliberalismo (Harvey, 2008), sendo este último aporte eclipsado por um discurso em que o empreendedorismo (Boltanski; Chiapello, 2009; Ehrenberg, 2010; Standing, 2013; Bröckling, 2015; Dardot; Laval, 2016; Han, 2017) utiliza a ideia de superação como sinônimo de inclusão social. Traçamos também uma breve linha histórica e jurídica sobre o tema até chegarmos à Lei de Cotas e à última reforma trabalhista no Brasil, as quais demonstram como tem sido a ocupação de vagas de trabalho destinadas a esse público (Brandão, 2023b). Na parte empírica, problematizamos a divergência de dados sobre deficiência e PcD por meio da análise documental (Flick, 2008; Poupart et al., 2008) das pesquisas oficiais. Convém destacar que promovemos uma pesquisa exploratória (Gil, 2008) e qualitativa (Poupart et al., 2008) baseada na triangulação metodológica (Denzin; Lincoln, 2008; Moliani, 2020) dos seguintes instrumentos: questionário (Thiollent, 1980), entrevistas (Medina, 1986) e observação de campo (Fernandes; 1980; Flick, 2008; Poupart et al., 2008) do cotidiano de trabalho de uma PcD motora. As relações de comunicação nesse mundo do trabalho específico se tornaram evidentes com a ergologia (Schwartz, 2004; 2014; Durrive, 2002; Schwartz; Durrive, 2007; Rodrigues da Silva, 2021; 2022), que ressaltou o caráter do inédito do trabalho e as conexões que o corpo com deficiência motora que trabalha mobiliza para realizar seu ofício. À visada ergológica juntamos a análise do discurso (Pêcheux, 1997; 2001; 2002; Brandão, 2004; Maingueneau, 2000; 2006; 2008a; 2008b; 2010) dos sujeitos da pesquisa: entidades que atuam em prol de PcD, agência de recrutamento de profissionais, corporações privadas e trabalhadores que são PcD motora. Os resultados desse cruzamento reforçam que a inclusão social, compreendida à luz da doutrina freiriana (Alves, 2021; Freire, 2003; 2013), ainda tem um longo trajeto a ser percorrido no que se refere à acessibilidade integral e à igualdade de oportunidades às pessoas com deficiência motora na esfera do trabalho. |