A unidade de redução de danos do município de Santo André: uma avaliação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Silvia Moreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-03092008-121038/
Resumo: O objeto deste estudo é a Unidade de Redução de Danos (URD) da Secretaria Municipal de Saúde de Santo André, compreendida como instrumento do trabalho em saúde, que tem por finalidade transformar a situação de saúde de sujeitos, que fazem parte de um grupo social marginalizado; são indivíduos que circulam ou trabalham nas ruas - usuários de drogas, michês, mulheres profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, adolescentes em situação de exploração sexual, transexuais, travestis, lésbicas e mulheres que trabalham em casas de programas. O objetivo geral foi: avaliar a URD sob a ótica dos sujeitos que são alcançados pelo programa. Partindo da compreensão de que a \"questão social\" tomou na contemporaneidade novas feições, advindas do processo de reestruturação produtiva, que em maior ou menor grau repercutem na vida dos sujeitos alcançados pelo programa, e partindo do pressuposto de que a URD vai além da distribuição de insumos e orientações para prevenir doenças transmissíveis, procurando assegurar aos indivíduos o direito à saúde e apoiar o acesso a outros direitos sociais, esta pesquisa buscou compreender a situação familiar, de trabalho e de vida dos usuários, verificar como eles avaliam o programa e analisar as repercussões do trabalho da URD em suas vidas. Trata-se de uma pesquisa estratégica de natureza avaliativa que utilizou um método qualitativo para apreensão do objeto. Foram realizadas 19 entrevistas semi-estruturadas com usuários dos diferentes segmentos atendidos pelo programa. Os entrevistados mostraram que: encontram-se em composições familiares muito diversas; trabalhar nas ruas é conseqüência de uma trajetória marginal e da impossibilidade de acessar outros tipos de trabalho; almejam uma vida melhor. Como potencialidades da URD foram apontadas: melhora do cuidado com a saúde e do uso de preservativos; diminuição do consumo de drogas; melhora da procura e do acesso a serviços de saúde; diminuição do compartilhamento de material para uso de drogas; melhora da capacidade de decisão; a URD foi considerada um espaço humanizado, que dispõe de um trabalho regular e contínuo, o que dá aos usuários uma sensação de segurança e de proteção; a ação da URD perpassou a prevenção de danos à saúde, promovendo transformações mais amplas como a consciência de direitos sociais em geral e de saúde em particular, bem como ações no sentido de fazer valer esses direitos; os usuários sentem-se mais fortalecidos para a vida, procurando estudo, trabalho e moradia. Entre as fragilidades da URD estavam: presença inconstante e demora do programa em retornar em alguns dos campos; falta de profissionais de psicologia para acompanhamento dos usuários. Os serviços de saúde do município foram bastante criticados, sendo relatados vários episódios de preconceito e até mesmo de negligência na atenção à saúde. Sugeriu-se: expandir e divulgar o trabalho desenvolvido, agregando ações de RD nas unidades básicas de saúde; apoiar a implementação de associações para reunir as reivindicações dos que trabalham nas ruas ou nas casas de programas; um local mais adequado para o atendimento, entre outros