Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Hotimsky, Sonia Nussenzweig |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-21102013-102743/
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Resumo: |
Este estudo de caso buscou caracterizar a clientela de camadas populares e médias de um serviço de saúde \"alternativo\", com uma proposta de parto ambulatorial realizado fora do hospital, assistido por obstetrizes. Seu objetivo principal foi o de compreender a forma como ambas as clientelas conheceram e passaram a freqüentar esse serviço e os motivos que as levaram a fazerem essa opção, buscando reconhecer semelhanças e diferenças entre elas. O serviço em estudo foi o ambulatório e a Casa de Parto da Associação Comunitária Monte Azul - ACOMA, associação antroposófica que tinha, por objetivo, prestar serviços de saúde, prioritariamente, a moradores de duas favelas e do bairro em que se situa. A análise parte de uma abordagem antropológica, na qual a parturição é vista como uma arena, em que concepções e práticas conflitantes e competitivas se confrontam e se articulam. Foram utilizados métodos e técnicas qualitativos e quantitativos. A realização de entrevistas semi-abertas, visando a apreender as narrativas dos sujeitos acerca de suas vivências de gestação e parto, ao lado da observação participante de consultas de pré-natal e parto foram os principais instrumentos da análise qualitativa empreendida. Foi usada metodologia quantitativa para caracterizar o cenário da investigação, em que se procurou traçar o perfil sócio-epidemiológico de 564 mulheres atendidas nesse serviço, no período entre abril de 1995 e março de 1998, e de seus recém- nascidos, a partir das Declarações de Nascidos Vivos. Os resultados do levantamento sócioepidemiológico indicam que a maioria de sua clientela (77,2%) reside fora da área de abrangência prioritária da ACOMA. Por outro lado, a grande maioria dessas mulheres (93,5%) pertence aos estratos mais pobres da população do Município de São Paulo. As maneiras pelas quais a clientela soube da existência desse serviço e padrões de freqüência ao pré-natal são descritas e analisadas, quantitativa e qualitativamente, apontando para continuidades e descontinuidades entre a clientela \"particular\" e de \"usuárias\". Destaca-se que, para muitas \"usuárias\", a ACOMA era o serviço de prénatal mais freqüentado na gestação, e 44,2% dessas, deram à luz no mesmo serviço. A tendência predominante entre as \"clientes particulares\", por outro lado, era a de realizarem o pré-natal, simultaneamente, nesse e em outro serviço, pois procuravam a ACOMA, com a intenção de evitarem um parto hospitalar e de conferirem a proposta de parto do mesmo. As razões apresentadas e que levaram à escolha desse serviço para realizarem o parto foram múltiplas e complexas e acompanhadas de constrangimentos de ordem sócio-econômica e cultural. Entre elas, destacaram-se, o relacionamento com profissionais de saúde, a percepção de riscos em relação ao parto e a possibilidade de contar com acompanhantes de sua escolha, no momento do parto. Entre as \"usuárias\", o maior temor em relação ao parto hospitalar era o de não ter acesso a um leito, na hora necessária, e, entre as \"clientes particulares\", temia-se a cesárea desnecessária. Questões que se colocaram e que merecem ser aprofundadas referem-se a certas noções e valores em relação à sexualidade e à maternidade e sua associação com noções de \"modernidade\" em relação à família e ao parto, bem como sobre o processo de constituição da autoridade cultural e social de profissionais de saúde. |