Fatores dietéticos e persistência da infecção por HPV em homens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lopes, Raissa do Vale Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HPV
Men
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-21092015-113133/
Resumo: Introdução: Entre as doenças sexualmente transmissíveis (DST), infecções por papilomavírus humano (HPV) são muito comuns. Apesar de frequentemente transitória, quando há persistência da infecção podem surgir lesões que, se não tratadas, podem progredir para o câncer. A disseminação do HPV tende a ser universal entre indivíduos sexualmente ativos, sendo que o homem, além do risco de câncer anal, peniano e da orofaringe, pode ser importante propagador do vírus entre mulheres. No entanto, pouco se sabe a respeito da prevalência, incidência e remissão de infecções por HPV em homens. Os alimentos e nutrientes poderiam influenciar a progressão do câncer afetando a susceptibilidade à infecção, alterando o estado nutricional, atuando na probabilidade da infecção se tornar persistente e na progressão a lesões neoplásicas, além de alterar a estabilidade e reparo do DNA. Objetivo: Investigar a relação entre nutrientes selecionados e a infecção persistente por HPV em homens. Métodos: Foram utilizados dados secundários de 1248 indivíduos de 18 a 70 anos e que responderam a um Questionário de Frequência Alimentar (QFA), obtidos da coorte brasileira de estudo sobre HPV em homens. O QFA foi desenvolvido e validado para a população do estudo, e posteriormente seus dados foram calibrados e ajustados pela energia. Por meio do teste U de Mann-Whitney foram avaliadas diferenças nas medianas de ingestão dos nutrientes entre grupos com e sem infecção persistente por HPV oncogênico e não-oncogênico, e realizado teste de tendência. A associação entre os nutrientes e o HPV persistente foi testada por regressão logística. Resultados: Dos 1248 participantes analisados, 1211 (97,0 por cento ) apresentaram infecção por HPV e 781 (62,6 por cento ) apresentaram infecção persistente por HPV, sendo que 458 (36,7 por cento ) tinham infecção persistente por HPV oncogênico e 636 (51,0 por cento ) por HPV não-oncogênico. Para o HPV oncogênico, o grupo sem infecção persistente apresentou maior mediana de ingestão de retinol (p=0,008), vitamina A (p<0,001) e folato (DFE) (p=0,003), além de menor mediana de ingestão de energia (p=0,005) e licopeno (p=0,008). Não houve associação significativa entre os nutrientes selecionados e o HPV persistente oncogênico. Já para o HPV persistente não-oncogênico, a vitamina B12 apresentou associação inversa estatisticamente significativa (p de tendência=0,003). Conclusão: Não houve associação entre ingestão de nutrientes e infecção persistente por HPV oncogênico; e apenas a vitamina B12 mostrou-se inversamente associada com a persistência da infecção por HPV não-oncogênico.