Influência de polimorfismos no gene MTTP nos níveis de lipídeos e na esteatose associada à infecção crônica pelo vírus da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Prata, Thamiris Vaz Gago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-05032024-124327/
Resumo: A evolução da infeção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) está associada a diversos fatores. A esteatose hepática é uma característica histológica frequente em portadores crônicos do HCV e tem impacto significativo na progressão para fibrose. Polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) em genes como o gene proteína de transferência de triglicerídeo microssomal (MTTP) estão envolvidos no metabolismo lipídico e podem predispor ao desenvolvimento de esteatose. Esse estudo teve como objetivo identificar SNPs no gene MTTP em portadores crônicos do HCV e em indivíduos saudáveis, e correlacioná-los com níveis de lipídeos plasmáticos, resistência à insulina e esteatose hepática em portadores crônicos do HCV. A genotipagem dos SNPs -164T/C, -400A/T, H297Q, -493GT, I128T, Q95H e Q244E foi realizada utilizando a técnica de PCR-RFLP. Foi avaliada a associação de características demográficas, clínicas e laboratoriais do hospedeiro com os genótipos de cada SNP em diferentes modelos genéticos, e realizadas análises estatísticas bivariadas e multivariadas. Dos 236 portadores crônicos do HCV, 56,4% eram do sexo feminino e a média de idade foi de 55,5 anos. Dos 241 indivíduos saudáveis, 65,6% eram do sexo feminino e a média de idade foi de 43,3 anos. A esteatose estava presente em 53% dos portadores crônicos do HCV. A frequência dos alelos mutados de cada SNP detectado foi > 5% em ambos os grupos, e as distribuições dos genótipos estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p0,05). Não foi observada associação entre os níveis de lipídeos plasmáticos com os SNPs -493GT, I128T, Q95H e Q244H nos portadores crônicos do HCV (p>0,05). Na análise multivariada foi observada que a presença do alelo mutado do SNP -493G/T e do I128T, ambos em conjunto com a infecção pelo genótipo 3 do HCV, aumentou em 11,51 vezes (p=0,005) e 8,51 vezes (p=0,012), respectivamente, a chance de apresentar esteatose. Na análise de interação entre os polimorfismos, o -493G/T e o -164T/C apresentaram uma interação estatisticamente significativa com aumento em 12,83 vezes a chance de apresentar esteatose (p=0,048). Os polimorfismos avaliados não influenciaram estatisticamente a presença de resistência à insulina em portadores crônicos do HCV (p>0,05). Foi realizado um teste de haplótipos para avaliar o efeito combinado dos polimorfismos no gene MTTP na esteatose e na resistência à insulina, e nenhuma combinação apresentou associação estatisticamente significativa com a esteatose (p>0,05). Entretanto, o haplótipo TACGTGG para os SNPs -164T/C, -400A/T, H297Q, -493GT, I128T, Q95H e Q244E, respectivamente, foi associado com a presença de resistência à insulina (p=0,028). Além disso, o haplótipo TTGGTGC pode ser um fator de proteção para a presença de resistência à insulina nessa população (p=0,012). Dados do presente estudo demonstraram uma associação da infecção pelo genótipo 3 do HCV em conjunto com os SNPs -493G/T e I128T na esteatose. Além disso, os resultados revelaram que a presença dos alelos mutados dos SNPs -493G/T e -164T/C pode influenciar no desenvolvimento de esteatose em portadores crônicos do HCV. Portanto, pode-se observar que SNPs no gene MTTP exercem influência na esteatose hepática associada à hepatite C crônica