Alterações eletrocardiográficas preditoras de fibrilação atrial (FA) em pacientes com doença renal crônica no primeiro ano de hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Priori, Silvio Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5165/tde-20082021-164136/
Resumo: Introdução: Fibrilação atrial (FA) é arritmia supraventricular de alta prevalência, relacionada à mortalidade e morbidade da população. Em pacientes renais crônicos dialíticos, a FA atinge 36% deles comprometendo o prognóstico da doença renal. Objetivo: Prevalência de preditores de FA em pacientes no primeiro ano de hemodiálise. Método: Estudo observacional, transversal, em pacientes dialíticos de 20 e 80 anos sem fibrilação atrial, pertencentes ao serviço de Hemodiálise UNASCO e HMAG em Osasco-SP, divididos em 2 grupos - I: até 06 meses, grupo II: de 7 a 12 meses. Foram coletados dados sociodemográficos, eletrocardiograma de repouso, Holter 24-48 horas, ecocardiograma transtorácico e exames de laboratório (função renal, eletrólitos e inflamatórios). Dados submetidos a análises teste T student, Quiquadrado e regressão logística univariada. Resultados: Todos os pacientes eram hipertensos e com lesão de órgãos alvo com alto risco cardiovascular. Ambos os grupos são predominantemente masculinos, quinquagenários, escolaridade fundamental, raça branca, não solteiros, naturais da região sudeste e metropolitana, com mais de duas medicações gerais e mais de duas morbidades, sendo o grupo 2 com pacientes mais idade, peso, medicações, morbidades e preditores cardiovasculares. ECG de repouso tem ritmo sinusal na totalidade, discretas alterações da ativação atrial em pacientes do grupo 2 e presença de arritmias (ESV) com maior prevalência no grupo 2. Holter: presença de gatilhos eletrofisiológicos e alteração do intervalo QT, tendo o grupo 2 maior incidência destes parâmetros (QTi: grupo1: 26%, grupo2: 40%, gatilhos eletrofisiológicos (grupo1: 34%, grupo 2: 60%); Ecocardiograma: grupo 1 com discreta alteração de volume e diâmetro diastólico; grupo 2: alterações estruturais referentes a câmaras esquerdas e funcionais evidentes (FE: 8,57%, AE: 37,14%, AD: 17,14%, SIA: 28,57%, Vol.Sist.: 45,72%%, Diam.Sist.: 25,72%, Vol.Diast.: 45,72%, Diam.Diast: 31,43%, VAV: 20%, Val.Sem.: 5,72%, contratilidade:11,43%). Laboratório: nos exames pré-diálise, a baixa função renal é mais expressiva no grupo1. Bic de Na, Cálcio, Magnésio e Potássio apresentaram-se alterados em ambos os grupos com maior intensidade no grupo 1. Fatores de risco para preditores de FA (gatilhos eletrofisiológicos e ESV) foram idade (6x), volumes ventriculares (diastólico 9x e sistólico 6x), intervalo QT ( > 8x) e medicações cardiovasculares (5x). Fatores de risco para alterações estruturais mais relevantes AE e volume diastólico foram idade (8x), tipo de arritmia (ESV 5x) e tempo de hemodiálise (20x). Conclusão: fatores preditores de Fibrilação atrial ocorreram após 6 meses do início da hemodiálise em pacientes renais crônicos sendo os eventos elétricos mais precoces a alteração do intervalo QT e ESV. Esses dados devem ser investigados regularmente após 6 meses de instalação da hemodiálise crônica a fim de programar medidas preventivas farmacológicas e não farmacológicas de FA nessa população, principalmente em pacientes mais velhos e com maior tempo de hemodiálise crônica que apresentam maior risco para essa arritmia e alterações estruturais cardíacas. É provável que os fatores de risco reflitam também a influência da doença hipertensiva crônica de base que era comum em todos os pacientes analisados.