Esteriótipos e Discurso: a (re)construção da imagem de minorias em revistas de nicho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ferreira, Filipe Mantovani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-26102012-101807/
Resumo: O número de publicações que se dirigem a grupos mais específicos da sociedade tem crescido de modo significativo ao longo dos últimos anos. Títulos voltados a grupos como os evangélicos ou deficientes físicos, antes inexistentes ou restritos aos guetos, tornaram-se uma realidade e são distribuídos em todo o Brasil. É nesse contexto que se inserem as revistas Raça Brasil e Junior, concebidas para atender, respectivamente, a negros e homossexuais, grupos cujo estereótipo contempla, em nossa sociedade, características e comportamentos comumente avaliados de maneira negativa. A hipótese que se investiga, neste trabalho, é a de que as revistas que se voltam a grupos desprestigiados pela sociedade busquem, por meio de seu discurso, projetar imagens positivas deles, de modo que passem a ser vistos favoravelmente por seu público leitor. A fim de averiguar a validade desta hipótese, foi utilizada a abordagem triangular de van Dijk (2006), segundo a qual a produção de sentido só pode ser concebida conforme a tríade discurso cognição sociedade seja observada. Além disso, como categorias de análise do corpus, o qual se constitui de textos extraídos de ambas as revistas, foram utilizadas as noções de nomeação, qualificação, narração, argumentação e qualificação, que compõem o processo de transformação (Charaudeau, 2009). Por meio das análises, chegou-se à conclusão de que as imagens projetadas pelas revistas, de modo geral, polemizam com as imagens estereotípicas desfavoráveis que são associadas às duas minorias, sendo que a divergência entre as imagens ocorre por meio de diversos expedientes linguístico-discursivos. Isso significa que ambas as revistas, em certa medida, dão continuidade ao projeto de construção de uma autoestima minoritária que caracterizava as publicações alternativas que lhes precederam. Concluiu-se, ademais, que os estereótipos negativos de negros e homossexuais funcionam como balizas que moldam de forma significativa os discursos de ambas as revistas.