Relação entre relato de dispneia, condições de saúde e síndrome da fragilidade em idosos comunitários: dados do estudo FIBRA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Buarque, Giselle Layse Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100141/tde-28072022-164147/
Resumo: A dispneia é um sintoma presente em diversas doenças crônicas comuns entre os idosos. Como os indivíduos com dispneia tendem a adotar o repouso e, consequentemente, a reduzir o nível de atividade física, é provável que estes tenham maior risco de desenvolver a síndrome da fragilidade, principalmente em idades mais avançadas. Assim, identificar os fatores associados à dispneia em idosos pode ser útil no planejamento da assistência à saúde e no adiamento da fragilidade. Objetivo: Analisar a relação entre o relato de dispneia, condições de saúde e fragilidade em uma amostra de idosos comunitários. Método: tratou-se de uma pesquisa observacional, analítica de corte transversal, que utilizou dados secundários do seguimento do estudo de Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA). Com isso, foram analisadas informações de 415 idosos participantes do estudo, realizado nas cidades de Campinas e São Paulo (Distrito de Ermelino Matarazzo). Além dos critérios de inclusão aplicados para o este estudo de seguimento, ou seja, ter participado da primeira onda de coleta de dados e residir na localização geográfica de interesse, foram selecionados também os idosos que pontuaram dentro da nota de corte para a escolaridade no Mini-Exame do Estado Mental e que tivessem respondido à pergunta sobre a presença da dispneia. Para as análises, as seguintes variáveis/escalas do protocolo completo foram selecionadas: sociodemográficas (idade, sexo e escolaridade), relato de dispneia, doenças autorrelatadas, polifarmácia e fenótipo de fragilidade. A associação entre dispneia e as demais variáveis de interesse foi verificada utilizando-se os testes de chi-quadrado de Pearson e de regressão logística. Neste último, calculou-se tanto o odds ratio bruto (b) como o ajustado (a) (idade, sexo e escolaridade). Para todas as análises, o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A prevalência de dispneia foi de 21,0% na amostra total e de 35,2% entre os frágeis (ORa=2,62). Dentre os componentes do fenótipo de fragilidade, apenas fadiga (ORa = 2,79, p = 0,00) e lentidão da marcha (ORa = 1,89, p = 0,04) apresentaram associação com dispneia. Aqueles com doenças pulmonares (ORa=2,40), cardíacas (ORa=2,05), tumor/câncer (ORa=3,33), depressão (ORa=1,92), multimorbidades (ORa=3,04) e polifarmácia (ORa=2,19) também apresentaram mais chances de ter dispneia. Conclusão: Em idosos residentes na comunidade, a presença da dispneia se associou a diferentes doenças, polifarmácia e fragilidade, mesmo após ajuste para variáveis confundidoras, como idade, sexo e escolaridade. Entre os que relatam dispneia, a fadiga e a lentidão da marcha tiveram maior probabilidade de estarem presentes. O reconhecimento dos fatores associados ao relato de dispneia pode contribuir para a prevenção de desfechos negativos e para o manejo da fragilidade nesta população e, portanto, deve ser foco futuro de estudos envolvendo idosos comunitários.