Entre sentido e razão: um estudo sobre a ordenação do intelecto no Tratado das Intelecções de Pedro Abelardo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Scholz, André Botelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-10032017-145319/
Resumo: Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise textual do Tractatus de Intellectibus de Pedro Abelardo, esmiuçando o estudo ali apresentado sobre a ordenação das afecções humanas. Destacamos no primeiro capítulo como Abelardo apresenta uma ambivalência das afecções sensitiva e imaginativa que resulta, simultaneamente, em uma impossibilidade de conhecer as coisas particulares e os conceitos universais, uma vez que cada sensação ou imaginação estará atrelada a um sentido particular. À essa \"confusão dos sentidos\" será oposta uma potência atentiva do intelecto, a qual permite tomar qualquer natureza ou propriedade e, aplicando-a às sensações ou imaginações, formar intelecções. Em seguida, focamos na ordenação interna do intelecto e na proposta de categorização das intelecções a partir de critérios discursivos. Nesta etapa, nosso principal objetivo é determinar a amplitude desta proposta, que apresenta um projeto de desreificação do intelecto - que não é fundado no conhecimento das coisas, mas na atenção da alma - e simultaneamente circunscreve o intelecto à sua origem nos sentidos. Para compreender essa operação interna do intelecto, Abelardo mobiliza conceitos oriundos da gramática e da lógica, como predicação e estado, e apresenta uma série de procedimentos mentais, como a ligação predicativa entre intelecções e a abstração, que permitem o intelecto extrapolar os limites impostos pela origem do conhecimento humano e formular para si conceitos, cuja validade e veracidade dependerão do desnudamento da atenção.