Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Lara Mendes Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-10042025-144541/
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Resumo: |
A caquexia é uma síndrome metabólica multifatorial que está relacionada de forma subjacente com diversas doenças crônicas severas, como o câncer. A caquexia do câncer atinge de 50% a 80% dos pacientes oncológicos e representa a causa direta de 20% dos casos de óbito e está associada, principalmente, à perda de massa muscular e à anorexia. As apresentações clínicas da caquexia do câncer variam de paciente para paciente, por isso, é muito importante o estabelecimento de modelos diversos para entender cada caso. Alguns modelos in vivo já foram desenvolvidos, entretanto, existem desvantagens que podem inviabilizar o uso, sendo fundamental novas propostas para melhorar os modelos já existentes, assim como o desenvolvimento de novos modelos, principalmente focados nos tumores infantis. Como a caquexia do câncer não pode ser revertida completamente apenas com o aumento da ingestão de calorias na dieta e não existem regimes de tratamento padrão para esta condição, novas pesquisas são primordiais para encontrar métodos preventivos e/ou terapêuticos. O potencial biotecnológico das toxinas animais é amplamente explorado pela ciência, uma vez que são ferramentas moleculares valiosas para estudos relacionados com diversas áreas da biologia, incluindo o desenvolvimento de novos fármacos. O decapeptídeo rico em prolina Bj-PRO-10c, isolado da peçonha da serpente Bothrops jararaca, apresenta atividades que o tornam um ótimo candidato terapêutico. Devido a sua habilidade em inibir ECA, ele é capaz de prevenir a formação de Ang II, envolvido na indução da caquexia do câncer. Ainda, o Bj-PRO-10c é ativador da ASS, enzima passo-limitante para síntese de arginina,aminoácido fundamental na ação protetora do sistema imune e que tem o seu nível diminuído em diversos tipos de câncer, como o neuroblastoma. Dessa forma, o presente trabalho buscou o estabelecimento de um modelo animal para caquexia do câncer com células de neuroblastoma e a avaliação do potencial terapêutico do peptídeo Bj-PRO-10c nesse modelo. Para isso, foram realizados ensaios in vivo (xenotransplante de células em diferentes condições) e análises in vitro (RT-qPCR). Após análise dos resultados obtidos, pudemos concluir que o modelo in vivo de xenotransplante de tumoresferas de neuroblastoma se mostrou superior ao modelo de monocamada pois, além de ter um surgimento do tumor mais tardio, tumores menores e mais homogêneos, apresentou maior perda de massa muscular, sendo um modelo mais homogêneo, duradouro e que melhor mimetiza a caquexia do câncer. Os resultados in vitro mostram que as células em tumoresferas aumentaram a expressão de marcadores de inflamação e pluripotência, além da ECA, e diminuiu a expressão da ASS, corroborando com os resultados in vivo de comparação entre os modelos. Em contrapartida, o tratamento das tumoresferas com o Bj-PRO-10c protegeu os animais contra a perda de peso, diminuição da ingestão alimentar e da perda muscular. Análises in vitro corroboraram para essa conclusão, uma vez que as células tratadas apresentaram menor expressão de marcadores inflamatórios, de pluripotência e ECA. Dessa forma, o Bj-PRO-10c pode ser um aliado na prevenção de síndromes paraneoplásicas. |