Determinantes da estrutura de capital de bancos brasileiros e norte-americanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Jucá, Michele Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-27012012-192849/
Resumo: Os trabalhos relacionados à estrutura de capital dos bancos consideram os requerimentos de capital mínimo regulatório, estabelecidos pelos acordos da Basiléia, como sendo seu principal determinante. Entretanto, estudos recentes realizados em países desenvolvidos - Estados Unidos e Europa - e em desenvolvimento - Ásia, América Latina e Oceania - sugerem que determinantes padrões das instituições não financeiras, também, possuem o poder de explicação do nível de alavancagem financeira a valor contábil e de mercado dos bancos. Assim sendo, este trabalho busca verificar se, para aqueles bancos que possuem um capital próprio acima do mínimo regulatório, a capacidade preditiva dos determinantes padrões - tamanho, lucratividade, oportunidade de crescimento, ativos tangíveis e pagamento de dividendos - igualmente, se aplica aos bancos brasileiros e norte-americanos que possuem carteira comercial, além de identificar possíveis diferenças entre os resultados desses dois países. Como contribuição original deste trabalho, avalia-se o papel do programa de compensação de executivos - baseado em ações e opções - na determinação da estrutura de capital dos bancos, sob a hipótese de que tal programa exerce uma opção por decisões de maior risco, por parte dos gestores, o que pode afetar a sua estrutura de capital. Outro destaque refere-se ao período de análise, o qual compreende os anos da crise sistêmica internacional (2007 a 2010) que provocou a falência de instituições financeiras. A amostra inicial é composta pelos 200 maiores bancos, identificados pelo critério de total de ativos, sendo 100 de cada país. Entretanto, considerando a disponibilidade de informações, a amostra final é composta por 15 bancos brasileiros e 24 norte-americanos, totalizando 156 observações. A metodologia adotada envolve testes de estatística descritiva, análise de correlação e regressão múltipla linear (pooled). Como resultado, verificou-se que, além do risco dos ativos e seguros de depósitos, as variáveis relacionadas à teoria tradicional de estrutura de capital, tais como tamanho, oportunidade de crescimento e pagamento de dividendos, além disso, contribuem para a determinação do nível de alavancagem dos bancos. Por sua vez, o relacionamento negativo da variável de controle macroeconômica crescimento do produto interno bruto, em relação à alavancagem dos bancos, indica a assertividade das mudanças introduzidas pelos legisladores no acordo da Basiléia III ao capturar os efeitos contra-cíclicos do mercado. Por fim, a variável programa de compensação de executivos mostrou-se significativa na definição da alavancagem dos bancos, porém com sinal contrário ao esperado pela teoria de finanças. Entre os motivos identificados para esse comportamento, destacam-se os baixos salários e o comportamento aleatório do preço das ações durante o período de análise que impactaram, de forma inadequada, na política de compensação dos bancos.