Método conciliado para avaliar os efeitos da colonização de colmos de cana-de-açúcar por Clavibacter xyli subsp. xyli na funcionalidade do xilema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Giglioti, Éder Antônio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20210104-170103/
Resumo: Diagnose do Raquitismo-da-soqueira (RS) pelo método de coloração dos vasos do xilema (MCVX) e por "tissue blot enzyme immunoassay" (TBIA) foram efetuadas para se estudar a colonização de colmos de cana-de-açúcar pela bactéria Clavibacter xyli subsp. xyli e seu efeito na absorção e transporte de água pelo xilema de distintos genótipos. MCVX coloriu os feixes vasculares funcionais, mas não os entupidos (VNF), enquanto TBIA coloriu aqueles colonizados (VC). MCVX/TBIA consiste num modelo para avaliar alterações fisiológicas induzidas no hospedeiro por bactérias habitantes do xilema. Tanto TBIA como MCVX determinaram que a distribuição de VC era mais freqüente nos tecidos do meio da secção transversal dos internódios, diminuindo progressivamente nos tecidos próximos da epiderme. Em Canal Point, Flórida (EUA), alta correlação entre VNF e VC foi obtida em um grupo de nove genótipos moderadamente resistentes (r=0,987). Em um segundo experimento, usando 19 genótipos com uma gama maior de reação ao RS, a correlação entre os dois parâmetros foi menor (r=0,40). A razão principal para este fato foi que alguns genótipos tinham baixa %VNF apesar de suportarem alta %VC. Nestes genótipos, embora o patógeno estivesse presente no xilema, o transporte de água não foi completamente evitado. Um terceiro experimento foi conduzido em Houma, Louisiana (EUA), para verificar se os resultados do segundo experimento poderiam indicar tolerância ao RS. A correlação entre % VC e % VNF foi r=0,68, mas nenhum deles esteve correlacionado com danos em produção, devido à existência de diferentes níveis de tolerância ao RS. A presença de vasos funcionais, apesar de colonizados por C. x. subsp. xyli, não foi suficiente para explicar a tolerância observada em diferentes genótipos. Outros fatores além da mera prevenção no transporte de água podem contribuir para a ocorrência de danos em produção. Por outro lado, processos inatos da planta que regulam a taxa de transpiração (perda de água) e sensibilidade à prevenção no transporte de seiva bruta podem estar agindo como mecanismos de tolerância ao RS. A alta correlação entre % VC e % VNF em genótipos moderadamente resistentes faz com que tanto TBIA como MCVX sejam adequados para selecionar genótipos de cana-de-açúcar resistentes ao RS nas fases iniciais de seleção. MCVX mostra-se como um método alternativo para países ainda em desenvolvimento, onde a mão de obra é mais barata e os equipamentos e reagentes requeridos pelo TBIA não são facilmente obtidos. No entanto, caso genótipos intermediários não sejam descartados nas fases iniciais da seleção, experimentos comparando a produção de parcelas sadias e doentes são necessários para determinar o nível de tolerância de cada um deles. O conhecimento do nível de resistência e tolerância de cada genótipo, antes de sua liberação, é de capital importância para orientar a tomada de medidas fitossanitárias complementares para reduzir o inóculo das mudas (Xo) e a evolução da doença ao longo das soqueiras (r) daqueles genótipos que suportam um potencial epidêmico elevado.