Estrutura socioeconômica do estado do Espírito Santo: uma análise a partir da matriz de contabilidade social regional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pavão, Andressa Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-27032013-144548/
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a estrutura socioeconômica do Estado do Espírito Santo tendo como foco a suposta \"Vocação para o Exterior\" da economia capixaba, o potencial dos \"Grandes Projetos\" como propulsor na geração de emprego e renda, as perspectivas da economia com os investimentos anunciados entre 2008 e 2015 e a participação do governo no fluxo de renda local. Para alcançar tal objetivo foi construída uma matriz de contabilidade social com duas regiões: Espírito Santo e restante do país. Esta matriz foi desagregada em 110 produtos, 55 atividades, 10 categorias de trabalho e de famílias e 6 tipos de impostos. Na desagregação utilizam-se múltiplas fontes de dados, com destaque para os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) usados para desagregar os tipos de trabalhos e de famílias. Os resultados encontrados sinalizam que os setores com maior multiplicador de produção no Espírito Santo são Alimentos e Bebidas, Produtos de Metal e Alojamento e Alimentação, enquanto Agricultura e Silvicultura, Pecuária e Pesca, Alojamento e Alimentação, e Têxteis e Vestuários são os setores com maior potencial de geração de empregos. O fato de o setor de Alimentos e Bebidas apresentar um multiplicador de produção elevado e a Agropecuária apresentar o maior multiplicador de emprego dentre os setores analisados torna o investimento nesta cadeia produtiva duplamente atrativa para políticas sociais e regionais, uma vez que as principais empresas do ramo encontram-se localizadas no interior, perto das fontes de matéria-prima. No mais, o estado é mais dependente do mercado interno do que do externo e as exportações concentram-se em Celulose, Minério de ferro e Metalurgia, setores pertencentes aos \"Grandes Projetos\". Apesar da importância dos \"Grandes Projetos\" para a economia capixaba, os setores que o constituem não possuem os melhores multiplicadores de produção, apresentando ainda baixos multiplicadores de emprego. Sendo, ainda, setores com elevado percentual de importação de insumos e de exportação, ou seja, com uma cadeia produtiva pouco desenvolvida, estando longe de constituir-se em modelo de desenvolvimento sustentado para a economia do estado. No entanto, os investimentos continuam concentrados nos setores petrolíferos, metalúrgicos e de minério de ferro, que apesar de apresentarem baixo multiplicador de emprego são os que pagam salários mais elevados, o que sugere necessidade de mão de obra qualificada. Ressalta-se que os efeitos induzidos dos investimentos são mais expressivos que os indiretos, ou seja, que os impactos causados pelo consumo das famílias devido ao aumento da mão de obra é maior que o aumento no consumo de insumos. Por fim, ao comparar o Programa Bolsa Capixaba, com o Abono concedido aos funcionários estaduais, observa-se que o mesmo valor aplicado gera percentuais diferentes de retorno na forma de impostos para o governo, 25,60% do valor investido no primeiro programa e 36,36% no segundo programa. No entanto, o percentual de vazamento dos impactos positivos de ambos os programas de transferência é expressivo, atingindo 46,49% dos gastos com o programa Bolsa Capixaba e 40,67% com o Abono.