Um país sem graça: Graciliano Ramos e a interpretação de um Brasil moderno (1915-1953)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mendes, Francisco Fabiano de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07112014-190735/
Resumo: Este trabalho tem como objeto de estudo o conjunto literário do escritor alagoano Graciliano Ramos (1892-1953), e busca mesmo mostrar como essa rica obra literária pode e deve ser vista como importante contribuição para o entendimento do Brasil das primeiras décadas do século XX. Graciliano Ramos e o Brasil republicano nasceram praticamente no mesmo ano, e as obras (ficcionais ou confessionais) daquele sempre estiveram atreladas aos rumos pelos quais o último tomou. As crônicas, os contos, os artigos, os romances, os livros infantis e as cartas do romancista revelam um conjunto de textos que, além da reconhecida qualidade literária, é detentor de um forte poder de observação e crítica da realidade. Graciliano Ramos escreveu sobre as gentes do sertão, das cidades do interior, da capital litorânea do seu Estado, da capital Federal. Mergulhou nas situações de privação, isolamento, injustiça, violência, rebeldia, resignação e esperteza. Descreveu o descampado, a fazenda, o subúrbio, as repartições públicas, as redações dos jornais, as rodas literárias. Faces de um país diverso, que parece permitir ser dito apenas pelo que as partes indicam. No entanto, na obra de Graciliano Ramos, esses temas orbitam ao redor de três grandes questões que atravessam todos os textos e que orientaram este estudo: campo e cidade, autoritarismo e democracia, poder e cultura letrada. A variedade de textos encontrou coesão a partir do estudo do autor em sua trajetória sócio-política. E o entendimento dessa trajetória só foi possível a partir do estudo minucioso dos textos do autor. Assim, História da Cultura e Estudos Literários tiveram de ser manejados conjuntamente pela exigência mesma da demanda, pois autor e obra sempre apareciam colados. Por fim, o país sem graça e o Brasil moderno que aparecem no título desta tese indicam o grau da contradição que Graciliano Ramos viu entre nossas bases formativas e as promessas feitas em nome da modernidade durante os quarente anos em que descreveu realisticamente o país