O fiado da memória: estudo do fazer artesanal têxtil no âmbito doméstico em Ipameri - GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Duarte, Livia Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100133/tde-27092021-080208/
Resumo: Existe uma importante literatura referente a prática da tecelagem manual no Brasil. Contudo, pouco se pesquisou sobre as práticas que dão seguimento ao ciclo de vida dos têxteis artesanais, como a modelagem, a costura ou mesmo seu uso. Portanto, a presente pesquisa tem como objetivo compreender o ciclo de vida de um produto têxtil artesanal como um todo, desde a obtenção dos recursos primários até seu descarte. Esta compreensão não abrange apenas a dimensão técnica dos processos, mas também os aspectos ligados à sociedade, cultura e sustentabilidade. O contexto escolhido para a investigação é o município de Ipameri (GO) em meados do século XX, em um período em que predominava um modo de vida campesino e que é anterior à substituição massiva dos têxteis artesanais pelos industrializados que vai ocorrer por volta da década 1980. Além da literatura sobre o tema, os dados foram obtidos por meio de entrevistas com mulheres que praticam ou praticaram estas atividades. O método que norteia o trabalho e a história oral e as entrevistadas são elementos- chave na narrativa da pesquisa. O que elas nos contam é que, dentro de uma sociedade em que a produção de têxteis era uma obrigação feminina, a relação das artesãs com essas práticas é uma mistura de ressentimento e satisfação. Relatam também que a transição dos produtos têxteis artesanais para os industrializados foi um processo lento fomentado pela urbanização, industrialização e modernização do campo. Além disso, provam que apesar da produção artesanal não ser preponderante, precisa ser registrada para atestar que existiram realidades de produção diferentes da atual e que muitas outras ainda podem ser criadas. Por fim, demonstram que as tecnologias estão em constante mudança, não só em suas formas concretas, mas também na concepção que a sociedade faz acerca delas