Nutrição enteral domiciliar em idosos: estado nutricional do paciente, qualidade de vida e grau de conhecimento do cuidador sobre a terapia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Méndez Padilla, Dayana Isabel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-11042024-100238/
Resumo: Introdução: Muitas pessoas idosas necessitam de nutrição enteral (NE) domiciliar e requerem cuidadores em tempo integral, que vivenciam privação voluntária ou forçada da vida pessoal e sobrecarga de trabalho, podendo afetar a sua saúde. Objetivos: O objetivo do estudo foi analisar as condições clínicas e nutricionais de indivíduos idosos que recebem nutrição enteral domiciliar e o grau de conhecimento dos cuidadores sobre essa modalidade de terapia nutricional. Adicionalmente, o estudo objetivou conhecer e analisar a qualidade de vida e a experiência referente ao cuidado dos cuidadores de pacientes idosos sob nutrição enteral domiciliar. Materiais e métodos: O estudo quantitativo, descritivo e transversal foi conduzido com 40 idosos e seus respectivos cuidadores, acompanhados em serviço multiprofissional especializado em NE domiciliar de um hospital terciário. Os sujeitos da pesquisa recebiam NE domiciliar por período mínimo de 6 meses por doenças neurológicas (n=20) ou oncológicas (n=20). O contato com os cuidadores foi feito de forma presencial (n=12) ou por via telefônica durante a pandemia da Covid-19 (n=28). A avaliação dos idosos incluiu dados clínicos, antropométricos e laboratoriais, obtidos no prontuário eletrônico do paciente. A entrevista com os cuidadores incluiu a avaliação sociodemográfica, o grau de conhecimento sobre a NE, informações sobre a mobilidade funcional e a capacidade do autocuidado do paciente. Para avaliação da qualidade de vida e experiência com a atividade de cuidar, o estudo foi misto, composto por análise quantitativa transversal e qualitativa fenomenológica-interpretativa. Resultados: Os pacientes tinham 71,3 ± 7,7 anos, 70% do sexo masculino. No Subgrupo Oncológico, os pacientes apresentavam neoplasia de cabeça e pescoço (n=12), de esôfago (n=7) e de estômago (n=1) enquanto no Subgrupo Neurológico houve predomínio do Acidente Vascular Encefálico (n=12), seguido de demência mista (n=5). Os dados laboratoriais de avaliação clínica e nutricional mostraram normalidade em relação aos valores de referência e foram semelhantes entre os subgrupos, exceto pela contagem total de linfócitos e dosagem sérica de ácido fólico. Os cuidadores tinham 51,8±13,3 anos, houve predomínio de mulheres (90%) responsáveis pelo cuidado dos pais ou sogros (46,7%) e esposos (30%). A sobrecarga de trabalho foi leve a moderada (50%), mais frequente entre os cuidadores de idosos com doenças neurológicas (72,2%). Os cuidadores referem entre 8 e 16 horas diárias no cuidado do idoso. Documentou-se que as mulheres mudam radicalmente as suas rotinas de vida a fim de se adaptarem à nova condição, enfrentando dificuldades, medos, inseguranças, sentimento de tristeza e impotência. Foi evidente o trabalho gratuito e com alto custo pessoal e social. Conclusões: O estado nutricional dos pacientes foi satisfatório, considerando as condições clínicas desfavoráveis, atribuído à ação coordenada da equipe multidisciplinar, atuante e experiente, além do processo de ensino e aprendizagem direcionado aos cuidadores. Nós documentamos sobrecarga de trabalho dos cuidadores. As mulheres que cuidam de idosos mudam radicalmente as suas rotinas de vida a fim de se adaptarem à nova condição, em um trabalho gratuito e com alto custo pessoal e social, ratificando as condições desiguais de trabalho entre homens e mulheres.