Mapeamento hidromorfodinâmico do Complexo Fluvial de Anavilhanas: contribuição aos estudos de Geomorfologia Fluvial de rios Amazônicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Alves, Neliane de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-02082013-130114/
Resumo: Este estudo dedicou-se à identificação de unidades morfológicas e suas respectivas tendências espaciais de processos hidromorfodinâmicos no baixo curso do rio Negro, na área do Complexo de Anavilhanas, produzindo-se a cartografia na escala 1:100.000. Esta cartografia apoiou-se na articulação de dados primários e secundários morfológico-morfométricos, hidrológicos, sedimentológicos e de cobertura vegetal. Dentre os primeiros, foram utilizados parâmetros como largura, declividades, extensão, geometria e distribuição das morfologias. Em relação aos parâmetros hidrológicos, foram acessados e tratados dados como: vazões diárias anuais, regime fluvial, velocidade de fluxo, amplitude anual de cotas fluviais, dentre outros. Para os sedimentológicos, foram observados 04 perfis e coletadas 54 amostras em diversos pontos representativos das unidades morfológicas identificadas, utilizando-se de parâmetros como: textura, estrutura e alguns elementos estratigráficos e de arquitetura deposicional. As informações de cada um destes ramos do conhecimento foram articuladas numa primeira versão de mapeamento. A partir destas correlações espaciais, partiu-se para proposição das tendências espaciais de balanços e tipos de processos atuantes em cada uma das unidades. As unidades e seus processos predominantes foram assim sistematizados: Sistema Canal, Planície de Inundação e Terra Firme. O primeiro inclui os subsistemas ria padrão anastomosado e ria padrão dendrítico, as barras fluviais e margens. O sistema Planície de Inundação inclui as ilhas, diques e lagos. Estes compartimentos geomorfológicos apresentam comportamentos sazonais distintos em períodos de estiagem, na subida das águas e nas cheias, todos comandados pelo efeito de barramento hidráulico causado pela variação anual dos níveis dágua do rio Solimões, determinando para o rio Negro uma amplitude anual das cotas de 11 metros. A dinâmica fluvial no sistema de canal é caracterizada pela alta variabilidade anual das cotas, altas vazões médias anuais, altos valores de transporte de carga orgânica anuais, baixos valores de velocidade e alta taxa de transporte de carga de fundo. O sistema planície de inundação caracteriza-se por processos deposicionais de acresção vertical com taxas anuais pouco expressivas nos lagos e diques, e alta estabilidade das formas, favorecida pela coesão do material síltico-argiloso dos diques. A exceção a esta estabilidade são as terras caídas (queda de parte das margens e vertentes) e as falésias fluviais na Terra Firme. No conjunto evidenciou-se um balanço erosivo-sedimentar pouco efetivo do ponto de vista das mudanças morfológicas anuais. O estudo permitiu a proposição de uma matriz explicativa para a atual estabilidade morfológica das formas da planície de inundação do Complexo de Anavilhanas, em contraposição à alta magnitude dos processos hidrológicos e de transporte de fundo dos canais principais. Por outro lado, evidenciaram-se também dificuldades para se classificar o complexo em relação às atuais referências de classificação de padrões fluviais, sugerindo a singularidade dos rios amazônicos, ainda pouco estudados na perspectiva geomorfológica.