Representações e ações acerca das queixas escolares atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial - CAPSi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Macedo, Luciano Sanfilippo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-18072017-165859/
Resumo: Introdução: A partir da Revolução francesa de 1789 se deu o aparecimento de novas formas de pensar a loucura; entretanto, até recentemente acreditava-se que a criança não enlouquecia. O foco, na saúde mental infantojuvenil, só se deu quando se tornaram críticos os problemas que borbulhavam no cadinho da educação e da escola. Daí para frente o avanço nas políticas públicas passou a envolver esse segmento da população. Hoje, no Brasil, se tem constituída uma rede de saúde mental pública cujo elemento estratégico é o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), serviço de saúde especializado no cuidado do sofrimento psíquico grave que atua de modo multiprofissional e intersetorial cuidando do público infantojuvenil. Objetivo: Caracterizar o perfil dos usuários e das queixas escolares atendidas por um CAPSi, compreender as representações dos profissionais do CAPSi acerca dessas queixas e das ações desenvolvidas para atendê-las. Método: Pesquisa exploratória de cunho qualitativo, com uso de entrevistas semi-dirigidas aos profissionais do CAPSi, visando apreender suas representações acerca das queixas escolares e das ações para seu atendimento. Foi traçado o perfil dos usuários do serviço, do funcionamento CAPSi e das características dos profissionais entrevistados de modo a fornecer um quadro preciso do contexto em que se desenrolou o estudo. Depois, foram categorizadas e analisadas as falas dos profissionais referentes aos objetivos da investigação de acordo com os princípios da análise temática de discurso. Para apreensão das representações dos profissionais acerca das queixas escolares e suas ações para atendê-las, 9 entrevistas foram transcritas e seus resultados agrupados em temas centrais, categorizados, e discutidos à luz dos princípios que regem as atuais políticas públicas de saúde mental. Por se tratar de um estudo exploratório de uma questão emergente adotou-se como referencial os princípios da Grounded Theory. Resultados e Discussão: O CAPSi possui 56 usuários meninos e 43 meninas. De 99 encaminhamentos, 65 oriundos de serviços de saúde públicos; 13 de serviços de saúde particular; 14 de busca espontânea, 2 da Fundação CASA e 5 da escola. 83 frequentam a escola (43 meninos e 40 meninas); 22 não a frequentam (13 meninos e 9 meninas). A queixa escolar, procedida de avaliação multiprofissional, será considerada pertinente ou não para seu acolhimento. As representações dos profissionais indicam que queixas escolares por dificuldades de aprendizado não são atendidas pelo CAPSi. As ações utilizadas para o atendimento das queixas escolares são: atendimentos clínicos individuais e/ou em grupos, reuniões de orientação com a escola, pais, outros profissionais da rede de saúde ou de outros setores. Delas decorre a percepção de instauração de novos padrões de relacionamento escola-saúde mental. Conclusões: Os profissionais indicam que o CAPSi não é lócus para o atendimento das queixas escolares por motivo de falha na aprendizagem, contudo, queixas escolares acompanhadas de agravos comportamentais são atendidas pelo serviço. A natureza das ações indica o papel ativo do CAPSi junto à escola. A análise permite concluir a instauração, no serviço estudado, de novos padrões de relacionamento escola-saúde mental cujos princípios podem servir de modelo ou indicação para CAPSis