Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Laís Conceição Menezes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-12072022-162235/
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Resumo: |
Com o aumento crescente da demanda energética e o incentivo da utilização dos biocombustíveis, espera-se que a produção da cana-de-açúcar no Brasil cresça ainda mais nos próximos anos. No entanto, apesar das monoculturas contribuírem com a economia do país, diversos problemas ambientais estão relacionados com esta prática agrícola. No caso da produção da cana-de-açúcar, a geração de resíduos (como a vinhaça) e o elevado uso de agrotóxicos, os quais contribuem para contaminação dos diferentes compartimentos ambientais, incluindo os ecossistemas aquáticos, por meio de processos de deriva de pulverização, lixiviação, escoamento e percolação. A partir deste cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da adição da vinhaça e de agrotóxicos amplamente utilizados na produção de cana-de-açúcar, sobre espécies aquáticas tropicais. Para isso, foram avaliados os efeitos ecotoxicológicos da vinhaça e dos agrotóxicos DMA® 806 BR (herbicida) e Regent® 800 WG (inseticida), isolados e em mistura, por meio de testes laboratoriais e modelos ecossistêmicos (mesocosmos), mensurando efeitos reprodutivos, comportamentais, morfológicos, fisiológicos e letais em três níveis da cadeia trófica aquática. Para tal, foram utilizadas as espécimes-teste Raphidocelis subcapitata (produtor primário), Ceriodaphnia silvestrii (consumido r primário) e Danio rerio (consumidor secundário). Os resultados obtidos mostraram que a vinhaça e o inseticida fipronil foram tóxicos para o cladócero e o peixe, eliminando ambas as espécies em doses que estão na faixa das concentrações reportadas no ambiente (48h-CE50 3,9 μg/L e 96hCL50 172 μg/L, respectivamente), causando também efeitos subletais, como reprodução e alimentação. Para alga, somente na exposição laboratorial a vinhaça (1,3% (V/V)) causou efeito inibitório significativo. O herbicida 2,4-D causou efeitos letais em altas doses para D. rerio nos experimentos laboratoriais (> 440 mg/L) e alguns efeitos significativos na alimentação, comportamento e morfologia de brânquias tanto nas doses utilizadas em laboratório quanto em mesocosmos (≤ 447 μg/L). No caso das misturas, para R. subcapitata, a mistura dos agrotóxicos não provocou diferenças no crescimento algal quando comparada aos agrotóxicos isolados, no entanto, a adição da vinhaça teve alto efeito inibitório em laboratório, efeito que não foi significativo com as amostras dos mesocosmos. A vinhaça também potencializou os efeitos da mistura para C. silvestrii, enquanto as misturas binárias apresentaram efeito antagônico em baixas doses. E para D. rerio as misturas binárias foram mais tóxicas que os agrotóxicos isolados, e a adição da vinhaça provocou 100% de mortalidade na espécie. Em conclusão, em um cenário atual de expansão agrícola e afrouxamento de políticas ambientais, a biodiversidade e equilíbrio dos ecossistemas aquáticos tropicais estão em risco. As principais consequências e grande parte da literatura atual sobre as substâncias avaliadas são discutidas neste estudo. |