Crenças em saúde de pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana em tempos da COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Tassiana Maria Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-15122021-120559/
Resumo: Introdução: A aids é uma doença infecciosa de grande importância epidemiológica e que representa grave problema mundial de saúde pública. Ao longo do desenvolvimento da epidemia, com a evolução do tratamento e com o potencial de cronicidade que a doença atingiu, foram propostas estratégias diferenciadas, voltadas para a sexualidade, para a identidade de gênero, para a singularidade do sujeito e para as melhorias na qualidade de vida. Contudo, ainda se observam a presença de aspectos negativos e uma pluralidade de crenças que permeiam as experiências de vida dessas pessoas. A dimensão de susceptibilidade sugere evidências de maior proporção ao ser analisada pelo prisma contemporâneo em tempos da pandemia da COVID-19. Objetivo: Analisar as crenças em saúde de pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana em tempos da pandemia da COVID-19. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, utilizando fonte secundária de informações (prontuário) e entrevistas junto às pessoas vivendo com HIV (PVHIV), usuárias de um Serviço Especializado em IST/AIDS, de um município do interior de Minas Gerais. Os dados foram coletados utilizando a Estratégia Aninhada Concomitante, analisados estatisticamente com o auxílio do software IBM®SPSS, versão 21.0 e os dados qualitativos com base na análise de conteúdo indutivo, considerando-se o referencial de Crenças em Saúde de Rosenstock (1974). Todos os aspectos éticos foram comtemplados. Resultado: Participaram do estudo 46 pessoas, sendo a maioria do sexo masculino 31 (67,4%) e idade de 18 a 65 anos. Os dados qualitativos foram obtidos por meio de entrevista com duração média de 23,54 minutos. Os resultados e as discussões são dispostos nas categorias pré-definidas com base nas dimensões do Modelo de Crenças Saúde e, além destas, o Apoio e a Assistência às PVHIV. No que se refere à susceptibilidade percebida, a maioria dos participantes a relacionou à fragilidade do sistema imunológico inerente ao HIV. No que versa à COVID-19, foram apontadas dúvidas e desconhecimento sobre a temática, porém se reconhecem como \"grupo de risco\" e aplicam medidas de prevenção. Quanto à gravidade percebida, as pessoas sinalizaram o potencial da doença pelas próprias experiências ou pelo convívio próximo e pelo medo da morte. Dentre os benefícios percebidos, evidenciaram-se a terapia antirretroviral, a relevância de empregar hábitos saudáveis, a postura positiva frente à doença e o cuidado com outro, utilizando o preservativo nas relações sexuais. Na dimensão das barreiras percebidas, os aspectos psicossociais tiveram maior relevância, principalmente o preconceito, o sigilo do diagnóstico e a complexidade nos relacionamentos amorosos. Quanto ao apoio recebido, os contextos relacionados à família, seguido da religiosidade, obtiveram maior destaque nos achados, se mostrando os principais motivadores. No que tange à assistência os participantes relataram satisfação com os serviços prestados e com os profissionais de saúde revelando, ainda, as habilidades da equipe. A assistência foi analisada qualitativamente, utilizando-se os conceitos da Cascata de Cuidados Contínuos. Conclusão: A aplicação do Modelo de Crenças em Saúde permitiu identificar o conhecimento das PVHIV acerca do seu diagnóstico e analisar seus comportamentos. Possibilitou, ainda, refletir a dimensão dos aspectos psicossociais frente às vivências e à necessidade primordial do apoio das pessoas e do serviço especializado que os assistem.