Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Horta, Guilherme de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-27022024-165355/
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Resumo: |
Objetivos: Avaliar a eficiência da cirurgia de catarata pela facoemulsificação assistida por Laser de femtossegundo em comparação com a convencional, em termos do grau de manipulação cirúrgica intraocular e da qualidade de cicatrização da incisão principal. Método: Dois (2) estudos investigador-mascarado, consecutivos e não randomizados foram realizados. No estudo da manipulação cirúrgica, 160 participantes foram divididos em 4 grupos (Faco1, Faco2, Femto1 e Femto2) de acordo com a técnica cirúrgica (facoemulsificação convencional [Grupo Faco] ou cirurgia de catarata assistida por laser de femtossegundo [Grupo Femto]) e de acordo com o grau do Lens Opacity Classification System III (LOCS) (LOCS<11 [Grupo 1] ou LOCS11 [Grupo 2]). Os resultados medidos pelo facoemulsificador foram o tempo efetivo de facoemulsificação (EPT), indicando o uso de energia de ultrassom na cirurgia; e o consumo de solução salina balanceada (BSS), como forma de estimar o volume de líquido que entrou no olho por meio da irrigação. O estudo sobre a incisão foi um ensaio clínico que avaliou 37 olhos de 37 participantes com indicação de cirurgia de catarata, que foram divididos em 2 grupos: grupo Femto, com incisões automatizadas pelo laser de femtosegundo (18 olhos), e grupo Faco, com incisões por lâmina de bisturi (19 olhos). As incisões planejadas foram triplanares no grupo Femto e biplanares no grupo Faco, com 2.2 mm de largura e 1.65 mm de comprimento, de acordo com a sugestão da literatura. No período pós-operatório, avaliou-se as características das incisões em 2 exames com o Tomógrafo de Coerencia Óptica de Segmento Anterior (AS-OCT) (Cirrus, Carl Zeiss Meditec AG). Entre 2 e 4 dias (exame 1) e 1 e 3 meses (exame 2) foram avaliados o comprimento da incisão, e as prevalências de espaçamento endotelial, desalinhamento endotelial e descolamento localizado da membrana de Descemet (DMD). Resultados: Um total de 160 olhos foram incluídos no estudo da manipulação cirúrgica. Houve diferença de 53% entre o tempo efetivo de facoemulsificação (EPT) médio dos grupos Faco1 (5,80±2,86s) e Femto1 (2,73±1,88, 0,1 a 8,65s) P=0,00, e de 33% entre os grupos Faco2 (12,55±8,38s) e Femto2 (8,38±9,32s) P=0,00. Não houve diferenças significativas no uso de BSS entre os grupos Faco1 (55,73±12,45 ml) e Femto1 (59,37±10,93 ml) P=0,48, ou entre os grupos Faco2 (64,34±21,00 ml) e Femto2 (65,71±17,60 ml) P= 0,47. No estudo da morfologia das incisões, a média de comprimento da incisão foi estatisticamente maior no grupo Femto do que no grupo Faco, nos dois exames: 1.64 mm ± 0.16 vs. 1.43 mm ± 0.30 (P=.001), no exame 1, e 1.58mm ± 0.22 vs. 1.27mm ± 0.34 (P<.0001), no exame 2, respectivamente. A prevalência de espaçamento endotelial foi maior no grupo Femto do que no grupo Faco, no exame 1 (61.1% vs 42.1%, P=.24), enquanto nenhum olho apresentou essa alteração, no exame 2. O desalinhamento endotelial foi menos prevalente no grupo Femto, nos dois exames: 27.8% vs. 42.1% (P=.36), no exame 1, e 5.6% vs. 31.6% (P=.08), no exame 2, respectivamente. A presença de descolamento da membrana de Descemet foi menor no grupo Femto do que no Grupo Faco, nos dois exames: 22.2% vs. 63.2% (P=.01), no exame 1, e 0.0% vs. 10.5 (P=.48), no exame 2. Conclusões: Em diferentes graus de catarata núcleo-cortical, a cirurgia assistida pelo laser de femtossegundo (FLACS) usou significativamente menos energia ultrassônica do que a facoemulsificação convencional. A redução da manipulação e do trauma intraocular subsequente tendem a atenuar o dano às células endoteliais e o edema corneano, no pós-operatório. As incisões automatizadas apresentaram comprimento médio mais próximo do planejado, e incidência significativamente menor de descolamento da membrana de Descemet (DMD), do que as incisões manuais. Sugerimos dar sequência à linha de investigação, estudando as implicações dos achados na velocidade de recuperação da acuidade visual |