Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Letícia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-15022021-120930/
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Resumo: |
O campo educacional brasileiro, nos anos 1950, configurava-se como um espaço-tempo de rico florescimento de posições teóricas e iniciativas de renovação do ensino secundário, etapa do ensino cuja revisão se impunha como pauta da vez. Este anseio por reformulação era atribuído à marca elitista e tradicional, desenhada pelo sistema de rigidez formal imposto pelas Leis Orgânicas de Ensino. Nesse contexto, a retomada do debate promovido pelo movimento da Escola Nova fornecia reflexões que iam ao encontro das soluções desejadas. Baseadas nesses pressupostos, as classes experimentais integravam a clave das inovações pedagógicas pretendidas, inserindo-se nesse campo de aplicação de métodos, processos escolares e matrizes pedagógicas consideradas renovadoras. No estado de São Paulo, o surgimento dessas experiências contou com as ações pioneiras do educador Luis Contier, que, após realizar estágio de Centre International d Études Pédagogiques, em Sèvres, centro que fazia circular a matriz pedagógica das Classes Nouvelles, implantou as primeiras classes experimentais em um instituto estadual, à margem da legislação vigente. Nessa esteira, impulsionadas pelas ações desse educador, essas experiências foram autorizadas via homologação dos Pareceres no. 31/58 do Conselho Nacional de Educação e no 77/58 da Consultoria Jurídica do Ministério da Educação e Cultura. A partir de sua criação, a documentação norteadora destes ensaios orientava que, assim como o ensaio desenvolvido por Contier, as classes experimentais secundárias seguissem os moldes classes nouvelles. A partir da ampliação destes ensaios, que se estenderam a diferentes instituições públicas e privadas, laicas e confessionais, multiplicaram-se também as matrizes hibridizadas e práticas pedagógicas foram tecidas, dando novos contornos à formatação original. Neste sentido, a presente tese tem por objetivo analisar as apropriações realizadas, a partir das Classes Nouvelles, nas classes experimentais secundárias instaladas duas em instituições públicas de ensino do estado de São Paulo: no Instituto Estadual Alberto Conte, primeira experiência não oficial, e no Instituto Narciso Pieroni, primeira experiência oficial. Parte-se da hipótese de que, a exemplo das primeiras classes experimentais do estado, incorporadas no tecer da legislação que autoriza o ensaio, as experiências que se seguiram também se apropriaram da matriz advinda das classes nouvelles. Busca-se, nesta direção, balizar os usos diferenciados que fizeram desta matriz pedagógica. O recorte temporal do presente estudo inicia-se na década de 1950, quando Contier, retorna de estágio em Sèvres e dá início ao seu ensaio de renovação, e conclui-se na primeira metade da década de 1960, quando a Lei de Diretrizes e Bases de 1961 formaliza a autorização para a realização destas experiências pedagógicas, e, ainda, ano em que se finalizava a última turma de Experimental do Instituto Narciso Pieroni. O corpus empírico é composto por documentados coletados em acervos brasileiros e franceses, constituindo-se de revistas e periódicos nacionais e internacionais; documentos dos acervos dos educadores envolvidos nas experiências; legislação e documentos oficiais; relatórios das classes; relatos e documentos de ex-alunos/as e ex-professores/as. Para a leitura desta questão, utilizar-se-ão os conceitos de apropriação e circulação compreendidos na perspectiva de Roger Chartier; tática e a estratégia, tomados de Michel de Certeau, e campo, de Pierre Bourdieu. |