Diagnóstico das lesões esofágicas em pacientes HIV-positivos utilizando a reação em cadeia da polimerase (PCR).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Colares, Jeová Keny Baima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
PCR
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-27052002-111927/
Resumo: Os pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) freqüentemente apresentam alterações digestivas, sendo o esôfago um alvo comum de lesões estruturais. A etiologia infecciosa é a mais freqüente neste grupo de pacientes. Múltiplos agentes já foram implicados como causadores de lesões esofágicas. As infecções virais são uma das principais causas de tais lesões, sendo os vírus mais implicados o citomegalovirus (CMV) e o vírus herpes simples (HSV). Muitas lesões ulceradas permanecem sem diagnóstico etiológico, mesmo após exaustiva investigação, sendo denominadas úlceras idiopáticas ou aftosas. Os métodos de diagnóstico usuais são demorados e pouco sensíveis. Assim, nosso estudo tem como principal objetivo estudar o papel do método da reação em cadeia da polimerase (PCR) no diagnóstico destas lesões. Durante o período de outubro de 1996 a outubro de 1997, foram estudados 79 pacientes HIV-positivos, que foram submetidos ao exame de endoscopia digestiva alta por indicação clínica. Estes foram submetidos a 89 exames endoscópicos, sendo colhidas 96 biópsias, as quais foram armazenadas em nitrogênio líquido (50) ou em freezer a –70oC (46). O DNA foi extraído usando método baseado na lise hipotônica, digestão com proteinase K, extração com fenol-clorofórmio e precipitação em etanol. Uma quantidade fixa foi usada para amplificação em ciclador térmico, utilizando primers específicos para CMV, Herpesvirus, HPV, HIV, Haemophilus ducreyi, Treponema pallidum e as micobactérias M. tuberculosis, M. avium e M. intracellulare. O produto final foi submetido a uma eletroforese em gel de agarose e corado com brometo de etídeo. A endoscopia não revelou alterações esofágicas em 26 exames (29,2%). As alterações observadas foram monilíase esofágica em 33 exames (37,1%), úlceras em 22 (24,7%); esofagite em 10 (11,2%) e áreas lugol-negativas em 9 (10,1%). A PCR resultou positiva para o CMV em 19 amostras (19,8%), para o Herpes em 4 (4,2%), para o HPV em 17 (17,7%), para o HIV em 37 (38,5%) e para o H. ducreyi em 3 (3,1%). Nenhuma amostra foi positiva para o T. pallidum e para micobactérias. No estudo de 29 amostras de 22 úlceras esofágicas a PCR detectou o CMV em 9 amostras (31%), o Herpes em 3 (10,3%), o HPV em 6 (20,7%), o HIV em 19 (65,5%) e o H. ducreyi em 2 (6,9%) e em 8 (36,4%) não foi detectado nenhum agente. O CMV foi detectado com freqüência nas úlceras esofágicas, sendo difícil diferenciar se havia infecção ativa ou latente. O HIV teve uma incidência elevada nas biópsias de úlceras, o que pode sugerir um possível papel etiológico deste agente em tais lesões. O HPV foi o terceiro agente mais freqüente, mas não foi possível caracterizá-lo como causador de lesões esofágica ulceradas. A PCR apresentou potencial para tornar-se um método útil na investigação das lesões esofágicas em pacientes infectados pelo HIV.