Complexo de privação: Uma análise da clínica do vínculo mãe-bebê, no caso de bebês com Condição Crônica Complexa em ambiente hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Peschanski, Camila Bassi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-09092024-132133/
Resumo: Esta pesquisa pretende estudar o vínculo mãe-bebê, no caso de bebês com Condições Crônicas Complexas de saúde (CCC) durante suas internações de longa duração em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica e propor alternativas de atendimento clínico hospitalar para essas famílias. Os casos de crianças com CCC vêm aumentando mundialmente ao longo dos anos devido aos avanços tecnológicos e científicos na área da saúde, consequentemente, são maiores os índices de sobrevivência de bebês nascidos prematuros e/ou com anomalias congênitas e/ou síndromes genéticas. A partir da atuação da pesquisadora como psicóloga de um hospital infantil foram analisados certos eventos que emergiram no cotidiano de trabalho, e foram descritas algumas das peculiaridades das dinâmicas psíquicas vividas pelas mães, em função do vínculo mãe-bebê, no contexto da internação prolongada em UTI, com ênfase para os movimentos agressivos direcionados às equipes de saúde, mas também aos seus filhos. Reflete-se sobre os processos subjetivos subjacentes a estas manifestações, buscando compreender os desafios da constituição da função materna diante das limitações decorrentes da doença orgânica do bebê, assim como os aspectos intersubjetivos da relação com as equipes de saúde. Sugere-se a existência de um complexo de privação nestas mães, semelhante ao descrito por Donald Winnicott em outro contexto. A partir deste entendimento das dinâmicas psíquicas refletimos sobre o aprimoramento dos cuidados de saúde mental oferecidos às mães durante a internação de seus filhos em UTI, propondo alternativas de atendimento clínico hospitalar que proporcionem uma assistência acolhedora e humanizada, levando em consideração a subjetividade das mães e de seus bebês. Neste ponto, destacam-se os grupos terapêuticos psicanalíticos e seu poder transformador em instituição hospitalar. Desenvolve-se uma reflexão sobre os contextos vinculares vividos na situação grupal por meio da análise de vinhetas clínicas dos atendimentos no Grupo terapêutico de pais de crianças com condições crônicas internadas em UTI por longa duração.