Distribuição de Myrtaceae em diferentes tipos vegetacionais da Cadeia do Espinhaço: composição florística e influência ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ribeiro, Luísa Lucrésia de Sales
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-12092022-102320/
Resumo: A Cadeia do Espinhaço (Espinhaço Mountain Range - EMR) é uma das regiões de maior diversidade florística da América do Sul, englobando um mosaico de fitofisionomias altamente diversas. Dentre os grupos de angiospermas que ocorrem nessas paisagens, Myrtaceae é destacada por sua diversidade e relevância ecológica. A família foi incluída em 13 inventários florísticos na EMR; contudo, esse número parece ser insuficiente para a compreensão de toda sua diversidade na área. Dessa forma, o objetivo desta dissertação foi revisar a composição, o esforço amostral e a distribuição de Myrtaceae em diferentes montanhas e vegetações da EMR e investigar os fatores ambientais que moldam esses padrões. Bancos de dados online, floras locais e descrições de espécies foram compilados, espécimes foram analisados em herbários e um banco de dados foi construído com 12.848 registros. Padrões florísticos foram investigados usando NMDS. Variáveis edáficas e climáticas associadas com a distribuição das espécies foram investigadas com GDM. Foram encontrados 17 gêneros e 281 espécies, das quais 42 spp. são endêmicas. Os gêneros mais diversos (Eugenia e Myrcia) também são os mais especiosos entre as Myrtaceae neotropicais, mas o endemismo foi desigual dentro dos clados. A maioria das espécies não é endêmica, estando distribuídas em domínios morfoclimáticos adjacentes especialmente na Mata Atlântica, centro de diversidade de Myrteae e origem de grandes linhagens. A diversidade em diferentes subdivisões geomorfológicas foi correlacionada ao esforço amostral, ambos concentrados no Espinhaço Meridional, na Chapada Diamantina e no Quadrilátero Ferrífero. Florestas abrangeram o maior número de espécies e espécies exclusivas, embora o número de generalistas tenha crescido ao comparar o banco de dados com informações da literatura. Padrões de similaridade não recuperaram estruturas geomorfológicas ou subdivisões encontradas para outras famílias de angiospermas. Fatores edáficos relacionados à disponibilidade de nutrientes e capacidade de retenção de água do solo foram os preditores mais relevantes para a distribuição das espécies, alinhando-se com estudos que avaliam a distribuição de espécies em vegetações empobrecidas de nutrientes. Preditores climáticos e distância geográfica, embora citados anteriormente como expressivos para outras angiospermas em campos rupestres, não foram altamente significativos para Myrtaceae.