Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Costa, Jacqueline Denubila |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-01092022-155637/
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Resumo: |
Cuidadores de pessoas com doenças crônicas apresentam uma rotina diária estressante que gera sobrecarga em diferentes aspectos. Há a necessidade de maior compreensão das necessidades desse grupo e construir um modelo de prestação de cuidados mais abrangente. O presente estudo tem por objetivos caracterizar os cuidadores informais de usuários de cadeira de rodas, identificar os perfis de transferência utilizados e propor um protocolo de avaliação eletromiográfica para atividade de transferência em laboratório. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem mista. Os sujeitos da pesquisa são cuidadores de usuários de cadeiras de rodas que exercem esta atividade há, pelo menos, 6 meses, que não recebem nenhum tipo de remuneração pelo cuidado e que realizam a atividade de transferência diariamente. Os seguintes instrumentos/equipamentos foram utilizados: formulário de caracterização dos cuidadores, dos usuários de cadeira de rodas e do ambiente de realização de transferência; critério de classificação econômica do Brasil; Questionário de avaliação da sobrecarga do cuidador informal; World Health Organization Quality of Lifeversão abreviada; roteiro de entrevista semiestruturado e eletromiografia de superfície. Participaram da pesquisa 33 cuidadores, dos quais 96,9% eram do sexo feminino, com idade média de 45 anos, 60,6% casadas, 51,5% com ensino médio completo e 72,7% sem emprego remunerado. Em relação ao grau de parentesco com os usuários de cadeira de rodas, 78,7% eram mães, seguidas pelas filhas e avós. Mais de 60% da amostra queixavam-se de dores frequentes no corpo, sendo as regiões mais citadas a coluna lombar, membros superiores, membros inferiores e coluna cervical. Os domínios do WHOQOL-Bref e da escala QASCI mais afetados foram o psicológico, de relações sociais e implicações na vida pessoal. A maior parte da amostra obteve classificação de sobrecarga moderada de acordo coma escala ZARIT. Foram identificados 4 perfis de transferência, de forma que 24,2% dos cuidadores realizavam o perfil 1 (transferindo o usuário de cadeira de rodas no colo, em posição deitada), 36,3% o perfil 2 (transferindo o usuário de cadeira de rodas no colo de frente para o cuidador), 21,2% o perfil 3 (transferindo o usuário de cadeira de rodas pelo quadril e com auxílio do mesmo a partir dos braços em torno do pescoço do cuidador) e 15,1% o perfil 4 (transferindo o usuário de cadeira de rodas a partir do auxílio à marcha). A proposta de protocolo de avaliação eletromiográfica dos perfis de transferência foi realizada em laboratório com auxiliares de pesquisa, sendo as seguintes musculaturas avaliadas: bíceps braquial, trapézio (fibras inferiores), paraespinhal, eretor da espinha e reto femoral. Durante o processo de elaboração da proposta do protocolo de coleta de dados eletromiográfico, foram realizadas 4 tentativas de execução, sendo que estas foram classificadas em transferência com deslocamento e sem deslocamento. As simulações dos perfis de transferência demonstraram que, em termos de ativação muscular máxima, a etapa de deslocamento com peso foi a que apresentou maior recrutamento de fibras musculares. Além disso, os perfis 1 e 2 de transferência resultaram em maiores níveis de ativação muscular para bíceps braquial direito e esquerdo e os perfil 3 e 4 de transferência corresponderam a maior ativação de paraespinhal e eretor da espinha direitos. Espera-se que, a partir do estudo realizado, ampliem-se as evidências em relação a caracterização e demandas dos cuidadores informais, bem como tornem-se mais viáveis avaliações em termos biomecânicos para esta população, elaborando-se práticas clínicas mais efetivas no âmbito de uma atenção mais humanizada e integral, bem como na prevenção de lesões musculoesqueléticas. |