Contribuição ao estudo do comportamento de alguns inseticidas orgânico-sintéticos, quando adicionados de espalhantes adesivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1969
Autor(a) principal: Nakano, Octavio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143319/
Resumo: Ao iniciarmos a presente investigação, parecia-nos relativamente fácil a conclusão do trabalho. Entretanto, a medida que nos asseguramos dos problemas existentes e que surgiam a cada momento, passamos a encarar o presente trabalho como uma contribuição muito modesta ao estudo de suas soluções. Verificamos apenas, sem profundidade, os efeitos de alguns espalhantes adesivos sôbre a ação de uns poucos inseticidas e dentro das condições existentes, foram empregadas algumas pragas bastante conhecidas, para o referido teste. Como entre nós, são escassos os trabalhos referentes a essa pesquisa, resolvemos iniciar os seus estudos, limitando-os ao emprêgo dos espalhantes adesivos, dentro das dosagens recomendadas pelos seus fabricantes. É fato já conhecido que os espalhantes adesivos contribuem para uma distribuição mais uniforme e fixam o inseticida nas superfícies dos tecidos das plantas. Além disso, trabalhos realizados por Régus e colaboradores (1968) demonstraram através do uso do fósforo radioativo que a absorção do fósforo, pelas folhas, é mais facilitada quando se misturam certos agentes molhantes. Considerando que um dos fatôres mais importantes que influe na eficiência dos espalhantes adesivos é a natureza química e física do inseticida que forma a calda, in vestigamos, em primeiro lugar, o comportamento dos inseticidas sistêmicos, devido às dúvidas que pairavam na prática sôbre a utilidade ou não de espalhantes adesivos, como adjuvantes. Foram estudados quatro dos sistêmicos mais empregados na lavoura. Em seguida, procuramos constatar as vantagens de seu emprêgo sôbre a ação de ingestão dos inseticidas na forma de pó molhável e concentrado emulsionável. Esperava-se que os tratamentos onde se incluíram tais produtos se sobressaíssem em relação aos demais. Porém, isso não foi observado. Por outro lado, parece que as intensas precipitações pluviométricas lavam mais rapidamente os inseticidas pulverizados em ausência dos espalhantes adesivos. A ação fumigante e de contato de um inseticida, também foi analisada durante os experimentos realizados, mostrando-se indiferentes em presença dessas substâncias. Da mesma maneira, a ação de profundidade do inseticida fosforado também foi objeto de estudo e os resultados mostraram que em condições normais, pouca ou nenhuma alteração é produzida com a inclusão dêsses produtos, num programa fitossanitário, onde se deseja explorar o efeito de profundidade do inseticida. Resumido assim o trabalho, resta dizer que nas condições em que o mesmo se realizou, permitiu as seguintes conclusões: Inseticidas sistêmicos e espalhantes adesivos: a) A presença dos espalhantes adesivos Novapal, AG-BEM, Triton X-114 e Citowett, nos inseticidas sistêmicos metasystox i e phosdrin, não prejudicaram a sua absorção pelas fôlhas mas também não apresentaram vantagens; b) Bidrin também reagiu indiferentemente em presença dos espalhantes adesivos Novapal e AG-BEM; c) Vamidotiom, em mistura com AG-BEM, não diferiu do inseticida aplicado isoladamente, no contrôle do Thrips tabaci Lind.; d) Os insetos sugadores Brevicoryne brassicae (L.), Thrips tabaci Lind. e Empoasca spp. foram controlados indiferentemente pelos inseticidas sistêmicos metasystox i e phosdrin, com e sem espalhantes adesivos, mostrando possibilidades do bidrin e vamidotiom atuarem do mesmo modo; e) Plantas com folhagens tais como: alho, couve e feijão, dispensam o emprego de espalhantes adesivos, pelo menos dentro das dosagens recomendadas, quando-se empregam os citados inseticidas sistêmicos; Inseticidas com ação de ingestão, na formulação, pó molhável, concentrado emulsionável e espalhantes adesivos: a) Os espalhantes adesivos AG-BEM, Novapal e Triton X-114, não prejudicaram a ação dos inseticidas diazinom, sevin DDT e dipterex, na forma de pó molhável; b) O tratamento diazinom + AG-BEM, revelou diferença significativa em relação ao inseticida isolado, quando exposto a uma precipitação pluviométrica da ordem de 41,4 mm; distribuída nos seguintes dias: 1º, 3º, 6º, 7º e 8º, após a pulverização, controlando melhor os insetos; c) O contrôle da lagarta Ascia monus orseis (God.) e adultos de Epicauta atomaria Germ., pode ser feito sem o auxílio de espalhantes adesivos, pois, mesmo em cultura de couve, cujas fôlhas são ricas em substancia cerosa, embora o inseticida não esteja uniformemente distribuído sobre as mesmas, a voracidade da praga torna menos exigente essa distribuição; d) Endrin e gusation metílico, na forma de concentrado emulsionável, não apresentaram diferença estatística em presença dos espalhantes adesivos Novapal e Citowett; Inseticida com ação de contato, fumigante e espalhantes adesivos: a) Os espalhantes adesivos Novapal, AG-BEM, Triton X-114, Citowett, Esapon e Sandovit, dentro das dosagens recomendadas, não alteraram a ação de profundidade do inseticida malatiom; b) Os resultados foram favoráveis à instalação de novos experimentos, com dosagens mais elevadas dos espalhantes adesivos, para verificar se a elas correspondem um aumento também da eficiência do inseticida por êsse tipo de ação; c) Os três coleópteros empregados Epicauta atomaria Germ., Macrodactylus suturalis Mann. e Zabrotes subfasciatus, embora tenham hábitos diferentes, comportaram-se de modo semelhante quanto à mortalidade, quando submetidos a êsses tratamentos; Inseticida com ação de profundidade e espalhantes adesivos: a) Os espalhantes adesivos Novapal, Citowett, Sandovit, AG-BEM, Triton X-114, Iharaguen e Esapon, não prejudicaram o efeito de profundidade do inseticida fenthiori mas também não contribuíram para melhorar a sua eficiência; b) Devido às características pilosas do pêssego, é possível que êste retenha as gôtas inseticidas mais facilmente, não necessitando de adjuvantes; c) Confirmando os resultados obtidos por Orlando e colaboradores (1965), concluiu-se que em cultura de pêssego, não há necessidade do emprêgo de espalhantes adesivos, para que o inseticida fenthion atue com ação de profundidade, sôbre larvas de "moscas das frutas".