Atuação do enfermeiro navegador no desfecho dos cuidados pré e pós-operatório em pacientes com tumor de cabeça e pescoço no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gobo, Debora Costa Miguel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-12092024-163018/
Resumo: Introdução: O presente estudo avaliou a atuação do enfermeiro navegador em pacientes cirúrgicos com câncer de cabeça e pescoço em um hospital público e de alta complexidade para o tratamento de câncer (CACON). Objetivos: (1) Avaliar o impacto da atuação do enfermeiro navegador no tratamento de pacientes cirúrgicos com CCP (2) Descrever a atuação do Enfermeiro Navegador nos cuidados pré e pós-operatório dos pacientes com CCP (3) Comparar os tempos de atendimento para exames, consultas com equipe multidisciplinar, internação, vindas ao pronto atendimento e ligação no alô enfermeiro de pacientes acompanhados e dos não-acompanhados pelo Enfermeiro Navegador. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional tipo coorte retrospectivo. A avaliação da atuação do enfermeiro navegador foi avaliada por meio da comparação entre o grupo intervenção e o grupo controle. Foram incluídos no estudo 160 pacientes: 40 no Grupo intervenção (GI) e 120 no Grupo controle (GC). A idade variou de 30 a 85 anos, o tumor predominante foram tumores malignos de boca 58 (48,3%) no grupo controle e 17 (42,5%) no grupo intervenção. Após discussão no tumor board, foram divididos em clínicos e cirúrgicos. No primeiro grupo foram incluídos os pacientes que foram encaminhados a cirurgia: 25 pacientes no GI e cirurgia e 75 pacientes no GC e cirurgia. No grupo clínico, 15 pacientes pertenciam ao GI e tratamento clínico e 45 ao GC e tratamento clínico. Resultados: Os resultados mostraram que o GI passou em consulta com a equipe interdisciplinar em um intervalo de tempo menor que o GC, sendo a fonoaudiologia (02 dias para grupo intervenção e 30 dias grupo controle) , psicologia (02 dias grupo intervenção e 28,5 dias grupo controle), serviço social (1,37 dias grupo intervenção e 33,5 dias grupo controle), o exame de tomografia foram realizados em uma média de 6,72 dias pelo grupo intervenção e 17,5 pelo grupo controle) apresentado significância estatística em todas (p<0,001).Em relação à avaliação da equipe interdisciplinar 20% do GI e 6,7% do GC não tinha um suporte familiar (p 0,171) assim como 50% do grupo intervenção e 42,4% do grupo controle, não tinha condições favoráveis de moradia (p 0,676). Em relação a avaliação nutricional 15,9% do grupo intervenção e 6,1% do grupo controle apresentaram desnutrição grave e 32,5 do grupo intervenção e 15,7 (p=0,01). Em relação a adesão ao tratamento verificou-se que o GI apresentou melhor aderência ao tratamento(p<0,001). Sobre a discussão de casos no tumor board o GI foi mais discutido (p<0,01). Relacionado ao tempo entre a PCI e a cirurgia foi menor para o GI e cirurgia, uma mediana de 34 dias para GI e 54 dias para o GC (p 0,06) e o tempo de internação foram uma mediana de 10 dias para GC e cirurgia e 8 dias para GI e cirurgia (p 0,430), essa diferença foi justificada pela demora em se obter uma vaga em uma casa de apoio para um paciente do GI no pós-operatório por não ter um suporte familiar e devido a necessidade de aguardar uma vaga o que aumentou o tempo de internação do grupo. Sobre a ligação no alô enfermeiro houve menos contato dos pacientes do GI e cirurgia (p 0,107) e do GI e tratamento clinico (P 0,541). Em relação à procura dos pacientes pelo pronto atendimento, ela foi maior pelo grupo controle e cirurgia e pelo grupo controle e tratamento clínico, ambos com queixa de dor não paliada, apresentando diferença estatisticamente significante (p<0,001) e (p=0,030) respectivamente. Conclusões: O estudo evidenciou que o enfermeiro navegador desenvolve um papel importante no acompanhamento individualizado de pacientes e este seguimento é efetivo, pois os pacientes acompanhados pelo enfermeiro navegador realizam as avaliações com equipe interdisciplinar e os exames de estadiamento em um intervalor menor de tempo, apresentam maior adesão ao tratamento, por estarem prontos para cirurgia em um intervalor menor de tempo realizam a cirurgia mais rápido o que favorece melhores desfechos. Além disso, os pacientes navegados apresentam menos dúvidas sobre o tratamento, têm menor quantidade de ligações ao alô enfermeiro e visitam menos o pronto socorro, destacando a efetividade da atuação deste profissional