O desempenho da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vieira, Thiago Dieb Ristum
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-08062010-171133/
Resumo: INTRODUÇÃO: A esteatose hepática é uma doença metabólica caracterizada por acúmulo de gordura nos hepatócitos. Dentre suas causas, destacam-se o alcoolismo crônico, a obesidade, o diabetes mellitus do tipo II e a síndrome metabólica. O interesse pela detecção e quantificação da esteatose hepática tem crescido nos últimos anos devido à elevação da sua prevalência e aos avanços da técnica cirúrgica hepática. A quantificação da infiltração gordurosa hepática é importante para o acompanhamento do tratamento de pacientes com esteatose alcoólica e não alcoólica e para a avaliação pré-operatória de transplantes hepáticos com doadores vivos e de hepatectomias parciais. O diagnóstico pode ser feito por diversos estudos de imagem, como a ultrassonografia (US), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), mas o método consagrado para a sua quantificação é a biópsia hepática. Caso a TC se provasse um método confiável para a realização dessa quantificação, poderia ser utilizada como alternativa à biópsia, minimizando custos e eliminando os riscos inerentes a esse procedimento. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a confiabilidade da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática, comparando seus resultados com os achados histopatológicos. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal prospectivo e retrospectivo com 64 pacientes submetidos à biópsia hepática e TC do abdome em intervalo de até seis meses. A esteatose hepática foi estratificada em graus 0 (ausente), 1 (de 1% a 33%), 2 (de 34% a 66%) e 3 (superior a 66%) na análise histopatológica. A partir da avaliação dos exames de TC, foram obtidos três índices de atenuação hepática para cada paciente: a razão da atenuação hepática para a esplênica, a diferença da atenuação hepática da esplênica e a atenuação hepática livre do componente relacionado ao sangue, definidos como IF/B, IF-B e IPH. Esses índices foram correlacionados com o grau de esteatose hepática evidenciado na análise histopatológica, por meio do coeficiente de correlação de Spearman, do teste t- Student, da curva de estatísticas operacionais (ROC), do teste de análise de variância (ANOVA), do teste de Bonferroni e do modelo de regressão ordinal. RESULTADOS: A análise estatística dos dados obtidos no presente estudo evidenciou uma relação moderada significativa e negativa entre os índices de esteatose calculados com os dados dos exames de TC e os graus de infiltração gordurosa hepática observados na análise histopatológica. Foi possível, ainda, determinar valores de corte dos índices que permitissem o diagnóstico de esteatose hepática graus 2 ou 3 (de 33% ou superior) com sensibilidade e especificidade adequadas. Entretanto, o desempenho dos índices não foi satisfatório para a discriminação de cada grau de infiltração gordurosa hepática. CONCLUSÔES: A TC é um método que permite a quantificação da esteatose hepática, desde que abaixo (graus 0 ou 1) ou acima de 33% (graus 2 ou 3), mas não é adequada para a discriminação de cada grau isoladamente