Apartados da infância: novos significados para os artefatos carreados pelas marés

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Piffer, Marcos Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16140/tde-12122023-123320/
Resumo: A pesquisa tem como tema central a criação de novos significados para os artefatos conexos à infância que se espalham anonimamente e chegam incógnitos à praia da cidade de Santos (SP). Esses objetos têm sua origem, na maioria das vezes, nas comunidades subnormais sobre palafitas existentes sobre os manguezais da região do entorno da Ilha de São Vicente, onde se localiza uma parcela das cidades de Santos e São Vicente. Por meio de ensaios fotográficos de caráter pessoal, caracterizados por inventários, a pesquisa constrói seu discurso com o objetivo de provocar a reflexão sobre as questões sociais e ambientais presentes. Nos ensaios, os objetos coletados e fotografados representam o desacordo entre ser humano e igualdade social, e entre ser humano e natureza. Através da reunião das imagens desses artefatos em coleções e ajuntamentos, a pesquisa busca também desdobrar seus significados potencializando seu caráter simbólico e de comunicação. Desenvolve seu percurso partindo da origem dos objetos nos manguezais e nas favelas sobre palafitas, expondo a questão social e ambiental ali existentes; alcança a praia assim como o fazem os artefatos e apresenta de início a ideia de uma paisagem idílica ou imaginada de uma praia intocada; atravessa essa idealização ao mostrar o mesmo espaço com suas interferências ou sujidades estranhas a ele, para somente então se concentrar nos objetos em si e realizar o recorte, a seleção e a coleta daqueles ligados à infância. Esses artefatos foram então fotografados sobre um fundo branco, descontextualizando-os, e, após isso, agrupados e apresentados nas coleções ou conjuntos. Ao seu final, na tentativa de imprimir ao trabalho um sentido educativo e um retorno dele a uma infância desconhecida, propõe a criação de um simples jogo para crianças, para que, através da ação de jogá-lo, sejam discutidas as questões sociais e ambientais envolvidas na sua essência e ele possa se constituir mesmo enquanto utopia num agente de modificação da realidade.