Estudo da conectividade funcional entre cérebros de pessoas em cooperação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bazán, Paulo Rodrigo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-18122023-125751/
Resumo: Técnicas de neuroimagem permitem que novos paradigmas possam ser propostos para estudar interação social e teoria da mente. Novas técnicas permitem que possam ser avaliados sinais cerebrais de duas pessoas durante tarefas que requerem interação direta. Porém, pouco se sabe sobre o surgimento e evolução da interação dos sinais cerebrais durante a cooperação e sobre fatores que podem afetá-la, como o envelhecimento saudável. Objetivos: Avaliar e comparar duplas de jovens, dupla de idosos e duplas mistas (um jovem e um idoso) quanto: 1) ao comportamento cooperativo e sua evolução; 2) à atividade cerebral e 3) à conectividade entre cérebros e sua evolução ao longo de tarefa cooperativa, à medida em que o entrosamento é desenvolvido. Métodos: Foram avaliados dados de 93 participantes saudáveis que realizaram a mesma tarefa de cooperação em duplas. As duplas foram divididas em três grupos: 21 duplas de jovens (idade entre 18 e 35 anos), 15 de idosos (idade entre 60 e 75 anos) e 20 mistas (idades entre 18 e 75 anos). O sinal cerebral foi medido por espectroscopia funcional no infravermelho-próximo durante duas etapas de um jogo de labirinto bidimensional em que cada participante controlava um eixo de movimentação (um vertical e outro horizontal), de forma que tinham que cooperar para percorrerem o labirinto o mais rápido possível. Na primeira etapa, os voluntários interagiram em vários labirintos apresentados sequencialmente, de forma desenvolverem a cooperação durante 12 minutos de forma contínua. Na fase seguinte, um desenho experimental em blocos de 1 min foi usado para avaliar a atividade cerebral, intercalando blocos de jogo cooperativo, com blocos de observação de movimento gravado e de imitação do movimento gravado. Resultados: Comportamentalmente, as duplas jovens completaram um número maior de labirintos e tiveram mais porcentagem de tempo movimentando cursores em relação às duplas de idosos e duplas mistas, as quais tiveram um desempenho intermediário, e foi observada uma evolução linear do desempenho nas duplas como um todo. Quanto à atividade cerebral, Todas as duplas apresentaram atividades nas regiões da junção temporoparietal (JTP) direita, assim como em regiões somatomotoras durante a cooperação. Porém, as duplas jovens mostraram redução da atividade em regiões posteriores da JTP, sendo significativamente diferente das duplas de idosos. A conectividade entre cérebros foi observada nas duplas em geral, especialmente entre regiões da JTP. Houve maior conectividade na JTP em duplas de idosos em relação às duplas jovens, de acordo com a concentração de oxihemoglobina, não havendo diferenças com a desoxihemoglobina. Não houve evolução linear da conectividade e nem relação com o comportamento. Conclusões: A tarefa de cooperação proposta gerou o comportamento cooperativo esperado, porém a atividade cerebral na reduzida nas duplas de jovens assim como a ausência de relação da conectividade com o comportamento e maior conectividade nas duplas de idosos sugerem que o desempenho na tarefa não dependa da conectividade e da atividade, que podem representam mais o esforço da busca de entender o planejamento do outro