Resposta de múltiplos biomarcadores em Oreochromis niloticus (Teleostei: Cichlidae) expostos a uma cianobactéria produtora de guanitoxina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Passos, Larissa Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9143/tde-19052022-174626/
Resumo: Mudanças nas condições ambientais dos ecossistemas aquáticos causadas por ações antrópicas podem modificar a composição dos produtores primários, promovendo a proliferação excessiva de cianobactérias. Esses organismos podem formar florações, que afetam diretamente a vida aquática. O presente estudo investigou a mutagenicidade da cianobactéria Sphaerospermopsis torques-reginae (cepa ITEP-024) produtora de guanitoxina (organofosforado natural) e os efeitos subletais em peixes em concentrações ambientalmente relevantes. Para isso, o teste de Ames (Salmonella/microssoma) foi realizado como um ensaio mutagênico para extratos da cepa ITEP-024. Espécimes de Oreochromis niloticus (Teleostei: Cichlidae) foram submetidos à exposição aguda de 96 horas a diferentes concentrações do extrato aquoso da cepa: C = grupo controle; T1 = 31,25 mg/L; T2 = 62,5 mg/L; T3 = 125 mg/L e T4 = 250 mg/L. Biomarcadores genotóxicos, bioquímicos, osmorregulatórios e fisiológicos foram analisados. Nossos resultados mostraram que a cianobactéria apresentou uma resposta mutagênica fraca para a cepa TA102 de Salmonella com e sem ativação metabólica por S9. As cepas TA98 e TA100 não foram alteradas. Os peixes dos tratamentos T3 e T4 apresentaram alterações no estresse oxidativo (enzimas catalase, superóxido dismutase e glutationa S-transferase), inibição da enzima acetilcolinesterase, formação de micronúcleos e alterações osmorregulatórias (ativação das enzimas anidrase carbônica e HA+ ATPase). Nenhum acúmulo de guanitoxina foi detectado nos diferentes tecidos de O. niloticus por LC-MS/MS. Nossos resultados mostraram dados de mutagenicidade inéditos para uma cianobactéria produtora de guanitoxina e alterações bioquímicas, osmorregulatórias e genotóxicas em peixes. Apesar da grande preocupação relacionada a presença de guanitoxina em florações em ecossistemas de água doce, até o momento, não existem planos de monitoramento e sua concentração ainda não é regulamentada.