Cooperação em P&D e ecoinovações: influência sobre o desempenho socioeconômico de empresas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tumelero, Cleonir
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-22032018-113228/
Resumo: A adoção de rotas tecnológicas ambientalmente sustentáveis é uma estratégia acertada para empresas que queiram manter ou melhorar suas posições de mercado e contribuir para a prevenção e adaptação às mudanças climáticas globais. É nessa perspectiva da inovação e da sustentabilidade que este estudo avaliou a influência da cooperação em P&D e das ecoinovações sobre o desempenho socioeconômico de 221 fabricantes de produtos elétricos e eletrônicos. As teorias de Gaia, do Holismo e a teoria evolucionária da inovação predominantemente orientaram o estudo. Os dados foram coletados em 2017 e processados via SmartPLS®3. Por meio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais o modelo conceitual do estudo foi validado com 99% de confiabilidade (p<0,01), demonstrando com originalidade que a cooperação em P&D e as ecoinovações explicaram satisfatoriamente em 51,3%o desempenho socioeconômico das empresas pesquisadas. Três hipóteses comprovaram que a cooperação em P&D com parceiros tecnológicos influenciou positivamente a introdução de ecoinovações de produto, ecoinovações de processo e ecoinovações organizacionais nas empresas investigadas. Duas hipóteses comprovaram que ecoinovações de produto e ecoinovações organizacionais influenciaram positivamente o desempenho socioeconômico das empresas. Uma hipótese não comprovada demonstrou que ecoinovações de processo não influenciaram positivamente o desempenho socioeconômico das empresas. Dos atributos de ecoinovação, três não foram validados estatisticamente: a simplificação das embalagens, a simplificação da construção e a eficiência energética dos produtos desenvolvidos. Apesar de os atributos não validados demonstrarem atraso tecnológico dos produtos elétricos e eletrônicos, há predominância de uma rota tecnológica ambientalmente sustentável nas empresas, o que é um visível diferencial competitivo. São notáveis as implicações deste estudo a partir dos emergentes paradigmas da economia circular e da economia verde. Se cooperação em P&D e ecoinovações permitiram resultados socioeconômicos satisfatórios, em empresas distintas usuárias de minerais e de energia elétrica, então cai por terra o paradigma da inovação poluidora, que ignora que recursos naturais são finitos. Fica evidente que o paradigma Triple Bottom Line, que considera o equilíbrio entre as dimensões ambiental, social e econômica, possui base viável para a indústria do terceiro milênio. Emerge nas empresas a responsabilidade de ancorar a mudança tecnológica em todos os elos de suas cadeias de valor, desde a extração de matérias primas da natureza até a educação de consumidores para o uso e descarte consciente de produtos. É possível sugerir que não corrigir a rota tecnológica baseada no paradigma econômico dos excessos sobre os recursos planetários pode ser qualificado como responsabilidade corporativa de lesa ao Planeta. Ademais, indústrias e cadeias de valor de base poluidora parecem estar fadadas ao desaparecimento. Os resultados deste estudo são restritos à amostra de indústrias investigadas no Brasil. Temas com potencial de pesquisa emergem em simbiose e biomimética industrial, sistemas de ecoinovação em Smart Cities, ecoinovação social, ecoinovação de marketing e ecoinovações na Indústria 4.0.