Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Fernanda Stender de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-02062008-134553/
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Resumo: |
Foram caracterizadas e comparadas a morfologia, a dieta, a utilização do substrato, a atividade sazonal e a biologia reprodutiva de Tropidodryas serra e T. striaticeps ao longo de toda sua distribuição na Mata Atlântica. Há segregação altitudinal na maior parte da distribuição geográfica das duas espécies-irmãs, T. serra habita predominantemente áreas de baixada e T. striaticeps ocupa as porções mais elevadas. Em localidades onde ocorrem em simpatria, há diferenciações na morfologia, na utilização do hábitat, nos tipos de presas consumidas e na extensão dos ciclos reprodutivos, possibilitando a partilha de recursos entre as duas espécies afins. As fêmeas das duas espécies foram maiores que os machos, indicando que não há combate ritual. Os machos em ambas as espécies apresentaram maiores comprimentos relativos da cauda, da cabeça e do olho que as fêmeas conspecíficas. Nas duas espécies as fêmeas foram mais robustas que os machos. Com relação às diferenças interespecíficas, T. serra é maior e mais pesada e T. striaticeps tem cauda, cabeça e olhos maiores. Nas duas espécies, os juvenis apresentaram a ponta da cauda branca. Os adultos de T. serra alteraram a coloração da ponta da cauda com a mudança nos tipos de presas ingeridas, ao passo que os adultos de T. striaticeps mantiveram a ponta da cauda branca mesmo com a variação na dieta. Poucos foram os indivíduos, em ambas as espécies, com mutilações na ponta da cauda. As duas espécies são diurnas, procuram ativamente por suas presas no solo e sobre a vegetação. Parecem utilizar mais a vegetação para repousar. Tropidodryas serra utiliza a vegetação com maior freqüência que T. striaticeps. Alimentam-se principalmente de mamíferos, mas incluem também aves, lagartos, anuros e serpentes na sua dieta. Tropidodryas serra apresentou maior equitabilidade na freqüência de captura de diferentes itens alimentares. Tropidodryas striaticeps apresentou maior freqüência de indivíduos com alimento no trato digestivo. Há variação ontogenética na dieta: juvenis se alimentam de presas ectotérmicas e adultos, em sua maioria, de endotérmicas. As fêmeas de T. serra foram coletadas com mais freqüência durante os meses mais quentes e chuvosos e os machos tiveram um pico de atividade entre fevereiro e abril. Os machos e as fêmeas de T. striaticeps não apresentaram diferenças na abundância ao longo do ano. Em T. serra as fêmeas atingiram a maturidade sexual antes que os machos coespecíficos, já em T. striaticeps ocorreu o contrário, os machos maturaram antes que as fêmeas. As fêmeas das duas espécies apresentam ciclos sazonais, com vitelogênese secundária e ovos durante a estação chuvosa. Nas fêmeas de T. serra o ciclo reprodutivo é mais restrito, as ninhadas são menores, os recém-nascidos maiores e a freqüência reprodutiva é maior que nas fêmeas de T. striaticeps. O ciclo espermatogênico é contínuo em ambas as espécies. O volume dos testículos e o diâmetro dos ductos deferentes se mantiveram elevados durante todo o ano nas duas espécies congêneres. Portanto, o ciclo sazonal nas fêmeas é pós-nupcial (a produção de ovos é dissociada da época de cópula) e o ciclo contínuo nos machos é pré-nupcial (a cópula ocorre simultaneamente com a produção de espermatozóides). |