Relação entre sobrecarga do cuidador familiar e alterações comportamentais e funcionais do idoso com doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Storti, Luana Baldin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-09012015-102100/
Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é a demência mais prevalente entre os idosos, com manifestações como alterações cognitivas, comportamentais e funcionais. A presença de sintomas neuropsiquiátricos é frequente na demência e pode resultar em sofrimento para os pacientes e seus familiares, além de ocasionar sobrecarga para quem cuida. É comum o idoso apresentar DA associada à demência vascular, caracterizando a demência mista (DM). Assim, o objetivo geral deste estudo foi: analisar a relação entre a sobrecarga do cuidador familiar, o desempenho funcional e a presença de sintomas neuropsiquiátricos em idosos com diagnóstico médico de DA ou DM, atendidos em um Ambulatório de Geriatria e Demências de um Hospital Geral Terciário. Trata-se de um estudo quantitativo, não experimental, descritivo, transversal e exploratório, realizado com 96 idosos com DA ou DM e seus respectivos cuidadores familiares. Para a coleta de dados, utilizaram-se um questionário para caracterização dos idosos e de seus cuidadores, o Índice de Katz, a Escala de Lawton e Brody, o Inventário Neuropsiquiátrico (NPI) e a Escala de Sobrecarga do Cuidador. Quanto aos idosos, 68,7% eram mulheres, média de idade 80,8 anos, 50,0%, viúvos(as), 82,3%, aposentados; 56,2% com diagnóstico de DA e 43,7%, com DM; 43,7%, com CDR1 (demência leve). No desempenho para as atividades básicas de vida diária (ABVDs), 70,8% eram dependentes para uma ou mais funções e 29,2% independentes; nas atividades instrumentais de vida diária (AIVDs), 74,0% apresentaram dependência parcial. Houve associação entre os estágios da demência e o desempenho dos idosos para as ABVDs (p<0,01) e as AIVDs (p<0,01), evidenciando que quanto maior a gravidade da demência maior a dependência dos idosos. Quanto aos cuidadores, 90,6% eram mulheres, média de idade de 56 anos, 65,6%, casados(as); 79,2%, cuidadores primários, 70,8% cuidavam do pai/mãe e 64,6% moravam com o idoso. Os sintomas neuropsiquiátricos mais prevalentes entre os idosos foram apatia/indiferença (63,5%), disforia/depressão (59,4%), agitação/agressividade (50,0%) e comportamento motor aberrante (50,0%), com média de 5,0 por idoso. Identificou-se forte correlação (r=0,82) entre o escore total do NPI e o escore total do Inventário Neuropsiquiátrico Desgaste (NPI-D), ou seja, quanto maiores a frequência e a gravidade dos sintomas neuropsiquiátricos apresentados pelos idosos maior é o desgaste do cuidador (p<0,01) e forte correlação (r=0,80) entre o escore total do NPI-D e o número de sintomas neuropsiquiátricos, o que indica que quanto maior o número de sintomas neuropsiquiátricos maior é o desgaste do cuidador (p<0,01). A média de sobrecarga dos cuidadores foi de 25,2 pontos, e 48,9% deles apresentaram sobrecarga pequena. Evidenciaram-se maiores médias de sobrecarga para os que cuidavam de idosos com dependência para as ABVDs (27,2) p=0,04 e para os totalmente dependentes para as AIVDs (31,4), p=0,03. Houve moderada correlação (r=0,53) entre o escore total do NPI e o escore total na escala de sobrecarga do cuidador, mostrando que quanto maior a frequência e a gravidade dos sintomas neuropsiquiátricos maior é a sobrecarga do cuidador (p<0,01). Conhecer a relação entre as variáveis estudadas poderá subsidiar o planejamento da assistência aos idosos com demência e aos seus cuidadores familiares