Análise de instrumentos de apoio ao monitoramento dos serviços de atenção básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Puccini, Paulo de Tarso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-04052021-200943/
Resumo: O desenvolvimento da atenção básica e a conseqüente reorganização da sua rede de serviços são processos fundamentais na reforma setorial da área, visando à consolidação do direito à saúde e do Sistema Único de Saúde. O monitoramento é uma etapa indispensável ao processo de planejamento e administração, um componente da capacidade de gestão. Considerando-se a insuficiência de instrumentos para o apoio à gestão local da atenção básica, partiu-se da hipótese de que determinadas ocorrências atendidas em pronto-socorro podem estar relacionadas a possíveis falhas da atenção básica e, assim, ser utilizadas como eventos sentinela que apóiem o monitoramento da rede básica. Objetivo: analisar ocorrências atendidas em pronto-socorro com vistas à identificação de indicadores que possam ser utilizados pela gestão local para o monitoramento da atenção básica. Método: estudo transversal com componente retrospectivo. Foram utilizados dados quantitativos e qualitativos sobre determinadas ocorrências atendidas em pronto-socorro, previamente escolhidas, que possivelmente refletem uma falha no funcionamento da rede básica. Foram exploradas as diferenças encontradas na distribuição da freqüência de cada uma dessas ocorrências, entre áreas/UBSs, utilizando-se a técnica estatística da metanálise e analisadas as motivações e circunstâncias determinantes da procura por atendimento no pronto-socorro. Resultados: as freqüências das hipóteses diagnósticas escolhidas (HDEs) apresentaram valores de 30% a 42,8% do total de atendimento conforme a área/UBS de procedência dessas pessoas. Essa diferença mostrou-se estatisticamente significante (X2 = 9,19 e p-valor = 0,027). A entrevista com uma amostra de 113 das 625 pessoas atendidas e diagnosticadas com uma das ocorrências escolhidas reconstituiu os passos das pessoas na procura de assistência até serem atendidas no pronto-socorro, com interesse especial na relação mantida ou não com a unidade básica de saúde. A apreciação desses discursos sugeriu a existência de causalidade entre o motivo declarado da procura do pronto-socorro e a situação da organização e da disponibilidade de atendimentos em cada unidade básica de saúde. Conclusões: a análise das ocorrências como possíveis eventos sentinela, indicadores para o monitoramento da rede básica, sugere: 1) a freqüência das ocorrências escolhidas foi influenciada pelas áreas/UBSs de procedência das pessoas; 2) é plausível que a influência detectada seja, em parte, determinada pela situação local da atenção básica em cada área/UBS; 3) a técnica de levantamento de evento sentinela em PS para o monitoramento da atenção básica mostrou-se tecnicamente possível; 4) o instrumental de monitoramento estudado pode ser produzido e mantido com uma operação simples e viável para o gestor municipal; 5) o instrumental satisfaz de forma aceitável um conjunto de requisitos desejáveis para um indicador que o qualificam para a função de monitorar a atenção básica; 6) o indicar não revela todos os aspectos e dificuldades da atenção básica, mas propicia um maior diálogo com o cotidiano mais imediato dos serviços e pode somar-se a outros indicadores, propiciando a sua parte de contribuição.