Experiência docente no século XIX: trajetórias de professores de primeiras letras da 5ª Comarca da Província de São Paulo e da Província do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Munhoz, Fabiana Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26062012-153035/
Resumo: Quem eram os mestres de primeiras letras no Brasil oitocentista? Que caminhos percorreram para se tornarem professores? Como exerceram o magistério? Partindo destas questões, este estudo apresenta interpretações possíveis sobre a experiência docente numa região circunscrita do Império brasileiro: a vilas (cidades após 1842) de Paranaguá e Curitiba na 5ª Comarca da Província de São Paulo a Província do Paraná após 1853. Em uma perspectiva micro-histórica, trajetórias individuais de professores são analisadas em narrativas que buscam captar aspectos não visíveis e formas inventadas pelos sujeitos em suas experiências, na trama das relações. Para acessar a heterogeneidade das práticas educativas do Brasil oitocentista recorri a fontes de diferentes naturezas: mapas de frequência de alunos e ofícios da Instrução Pública, legislação educacional, genealogia e dicionário biográfico, livros de memórias históricas das localidades, ofícios diversos, registro de batismo e de casamento, inventário e imprensa. Os capítulos são narrativas construídas a partir da trajetória de um ou dois sujeitos. Comecei tomando as séries de mapas de frequência de dois professores de primeiras letras de Paranaguá como fonte e objeto de pesquisa para análise da prática escriturística escolar. No cumprimento da tarefa de feitura e remissão dos mapas, os professores eram instados a elaborar a própria prática, nomeá-la, discernir suas diferentes dimensões: pedagógica, administrativa, disciplinar. E, neste fazer, constituíam os contornos do exercício docente. No segundo capítulo, fragmentos sobre a escolarização de um padre-mestre de Paranaguá permitiram uma interpretação de como os espaços escolares e os modelos de docência foram constitutivos de um caminho de formação possível. A presença de uma associação religiosa leiga foi aventada como um dos possíveis espaços de formação naquele contexto. Por fim, o terceiro capítulo traz a trajetória de um professor de primeiras letras com ampla circulação em espaços político-administrativos, cujo repertório diversificado permitiu acompanhar as táticas e estratégias de ação desse sujeito. O trabalho ajudou a dar coloratura à figura do mestre de primeiras letras no interior das práticas educativas heterogêneas que marcam o Oitocentos.