Lastro, rastro e historicidades distorcidas: uma leitura dos anos 70 a partir de Galáxias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Provase, Lucius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-16082016-150905/
Resumo: Neste trabalho proponho uma relação entre literatura e história a partir do conceito de historicidades distorcidas. Partindo da obra galáxias, de Haroldo de Campos, volto-me aos anos 70 para pensar uma historicidade que consiga levar em contas as múltiplas historicidades em jogo, muitas vezes entrecruzando-se, sem que se caia no relativismo ou em uma nova tentativa de construir narrativas. Para tanto, sob o conceito de historicidades distorcidas, mostro que o regime de historicidade de um poema é relacional, ou seja, só existe em relação a um outro regime de historicidade, seja ele do leitor, de outro poema ou de ambos. Essa maneira de pensar a relação entre literatura e história passa a ser a mais funcional, assim defendo, pois vimos experimentando o que chamo de perda de lastro discursivo: um aumento da distância, temporal e espacial, entre o espaço de experiência e o horizonte de expectativa (Koselleck, 2006), que leva a uma diminuição daquilo que compartilhamos como mínimo múltiplo comum discursivo: o contexto, a fraseologia, o que é ou não ideológico, o que é ou não cinismo. Nessa combinação entre uma concepção dos regimes de historicidade vistos de forma relacional, as historicidades distorcidas, e a diminuição daquilo que compartilhamos em nosso espaço público discursivo, a perda do lastro discursivo, termino propondo, no último capítulo, uma prática historiográfica, terminando em uma possível ontologia variável do poema.