Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Furlanetto, Elton Luiz Aliandro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-22122015-100450/
|
Resumo: |
Esse trabalho buscou dar conta de três conceitos gerais dentro da obra de Marge Piercy. Primeiramente apresentamos um pouco sobre a vida da autora, seus alinhamentos e como ela se engaja com os assuntos mais importantes de seu momento histórico. Dois entre seus diversos romances, Woman on the Edge of Time e He, She and It materializam em si uma série de temas e questões, com suas soluções simbólicas e contradições, que buscamos apontar e comentar. O primeiro aspecto que se fez preemente para nossa discussão foi a definição do conceito de Utopia, enfatizando ora suas características formais, ora de conteúdo e, alternativamente, sua função. Ideias como o sonho social e a educação do desejo pautaram nossa análise. Além disso, Fredric Jameson e sua ideia de Utopia enquanto neutralização foi essencial, ou seja, a demonstração de nossa incapacidade de imaginar o futuro. Definimos que a utopia seria para nós um modo de mediação da imaginação, uma ligação entre aquilo que é a uma forma radical de pensar ou agir: a representação da diferença, portanto, uma ferramenta política, um mapeamento das possibilidades e dos limites históricos, importante em um contexto no qual a própria concepção de alternativas está problematizada ou impedida. Além das características gerais da Utopia, se fez importante estabelecer àquelas específicas para as utopias literárias, que são nosso objeto de estudo. Falamos igualmente sobre a Distopia, e suas categorias, além de apresentar uma conceituação de suas vertentes críticas. Nossa tese foi que as obras de Piercy abrem espaço para o pensamento autorreflexivo de alternativas em uma época de crise política e histórica. Elas assim o fizeram na época em que foram escritas e ainda o fazem nos dias de hoje. Guardadas as proporções dos respectivos momentos históricos, as obras representam uma recuperação de aspectos relevantes do passado e um salto para o futuro, na sua mistura de desejos e medos, utopia e distopia. O próximo movimento da pesquisa foi a de explicitar os conceitos de história trazidos pelos romances. Trata-se de uma constante luta contra o apagamento e repressão dos momentos explosivos da História: tanto memória e história são sociais e coletivas quanto o esquecimento e o apagamento da história permeiam a sociedade contemporânea e têm motivações políticas. Finalmente houve uma análise da violência. Fizemos um levantamento de instâncias subjetivas, simbólicas e objetivas dela, analisando episódios do romance que diretamente questionavam as questões da violência. Depois, estudamos as cenas de fechamento dos romances e a forma como a violência passa a ser ressignificada: a defesa se torna um ataque e tal ataque está relacionado a um sacrifício. E o ato individual dos sujeitos é colocado em uma perspectiva coletiva pelas forças do romance, um passo, pequeno, mas prospectivo, na luta por uma alteridade radical. |