Perfil do alimento e variáveis nutricionais e intestinais de cães com insuficiência pancreática exócrina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Vinicius Vasques de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-07072022-113159/
Resumo: A insuficiência pancreática exócrina (IPE) é um distúrbio gastrointestinal decorrente de baixa secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas exócrino. As principais manifestações clínicas da IPE são: perda de peso, polifagia, aumento de volume fecal, diarreia, esteatorreia e coprofagia. Cães com IPE tendem a desenvolver deficiência de cobalamina, pois sua absorção está correlacionada com o funcionamento correto do pâncreas exócrino. O tratamento da IPE é baseado na terapia de reposição enzimática no momento das refeições, emprego de alimento de alta digestibilidade e possível suplementação de vitaminas. Este estudo teve como objetivos principais investigar a possibilidade de correção das deficiências nutricionais nos animais com IPE (cobalamina) manejados com alimento de alta digestibilidade e maior concentração de nutrientes, avaliar a digestibilidade e permeabilidade intestinal dos animais com essa afecção, além de determinar o índice de disbiose. Dez cães com IPE foram selecionados na rotina do Hospital Veterinário da FMVZ/USP. Para o grupo controle foram selecionados dez cães saudáveis. Os animais passaram por dois períodos experimentais, constituídos de 60 dias cada, onde receberam dois diferentes alimentos: controle (para cães adultos em manutenção) e teste (alimento de alta digestibilidade com maior concentração de cobalamina). Os dados obtidos foram analisados no software computacional Statistical Analysis System (SAS, versão 9.4). A normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias foram verificadas pelo teste de Shapiro-Wilk e Levine, respectivamente. Para a comparação entre os grupos e o efeito dos dois alimentos empregados no estudo foi realizado teste de ANOVA com medidas repetidas no tempo. Valores de p <0,05 foram considerados significativos. O fornecimento do alimento de alta digestibilidade, formulado com 1.500mcg/kg de cobalamina, durante 60 dias, foi eficaz em aumentar as concentrações séricas de cobalamina nos cães com IPE e nos cães saudáveis (p <0,0001). Os cães com IPE, mesmo sem manifestações clínicas, apresentaram menores coeficientes de digestibilidade aparente da gordura (p=0,0018), proteína (p=0,0038) e carboidratos (p=0,0104) e apresentaram aumento da permeabilidade intestinal (p=0,0448) quando comparados com os cães saudáveis. Além disso, foi possível identificar que a microbiota intestinal de cães com IPE, mesmo em terapia de reposição enzimática, é diferente da microbiota de cães saudáveis recebendo a mesma dieta (p=0,0287). Os dados encontrados neste estudo embasam que a suplementação de cobalamina pela via oral é uma alternativa para cães que necessitem de suplementação e, apontam a importância de fornecer um alimento de alta digestibilidade para cães com IPE, mesmo sob terapia de reposição enzimática e sem manifestações clínicas da doença. Além disso, confirma que os cães com IPE, mesmo estabilizados, apresentam alteração da permeabilidade e microbiota intestinal quando comparados a cães saudáveis.