Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lotierzo, Mayra Cristina Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9135/tde-17122021-104433/
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Resumo: |
Os cubossomos são partículas nanoestruturadas em forma de bicamada lipídica, bicontínuas e altamente curvadas, as quais devem ser estabilizadas por um polímero não-iônico, neste caso o Pluronic® F-127. Podem ser compostos por alguns tipos de lipídios específicos que possuem a capacidade de se auto associar em estruturas cúbicas quando estão em excesso de água, como o fitantriol (PHY) e a monoleína (GMO). Devido a sua estrutura única, cubossomos possuem um grande potencial para serem considerados como sistemas drug delivery. Os sistemas drug delivery são amplamente utilizados na pesquisa farmacêutica e em contextos clínicos para aumentar a eficácia de compostos utilizados para diagnóstico e de fármacos. No caso da cinarizina (CNZ), fármaco já aprovado para o tratamento de náuseas, vômitos e vertigens causadas pela doença de Ménière, existem inúmeros efeitos colaterais associados a sua baixa solubilidade. Desta forma, a encapsulação em cubossomos se torna uma abordagem promissora para resolver os problemas de atividade farmacológica relacionados ao fármaco. Neste trabalho, realizamos uma caracterização biofísica da interação da CNZ em cubossomos (contendo PHY ou myverol, MYV, sendo este composto por 80% de GMO). As técnicas biofísicas utilizadas foram: espalhamento de raios-X em baixos ângulos (SAXS), espalhamento dinâmico de luz (DLS), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), crio microscopia eletrônica de transmissão (Crio-TEM), análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e potencial zeta. A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) foi realizada para verificar a porcentagem de eficiência de encapsulação (%EE) da CNZ nos cubossomos, enquanto que a citotoxicidade foi avaliada em eritrócitos através da análise da atividade hemolítica. Inicialmente, a influência de diferentes solventes (acetona, clorofórmio, etanol e octano) nas propriedades estruturais de cubossomos de PHY foi investigada, a fim de se minimizar os efeitos do solvente utilizados para a encapsulação da CNZ. Para amostras com acetona, descobriu-se que apenas altas concentrações tiveram influência na estrutura cristalográfica das nanopartículas, sendo o resultado foi totalmente reversível após 24h. O etanol fez com que o parâmetro de rede aumentasse de 10-15%. O clorofórmio e o octano tiveram efeitos diferentes sobre cubossomos de PHY em comparação com a acetona e o etanol; ambos induziram uma transição cúbico-hexagonal-micelar. Posteriormente, constatamos que as nanopartículas de PHY e MYV apresentaram diferentes estruturas cristalográficas, sendo elas Pn3m e Im3m, respectivamente. Devido a problemas com a baixa solubilidade de CNZ em PHY os estudos para esse lipídio foram suspensos. Nos testes para cubossomos de MYV ao incorporar a CNZ foi observado uma alteração da estrutura cúbica de Im3m para Pn3m e os valores dos parâmetros de rede se alteraram de acordo com a estrutura cristalina encontrada, porém os valores não apresentaram diferenças significativas de tamanho quando se trata da mesma estrutura, sugerindo que a CNZ não interferiu no parâmetro de rede. Os tamanhos das nanopartículas apresentaram uma população monodispersa com ~200 nm. DLS mostrou uma interferência da CNZ no tamanho dos cubossomos, variando de forma diretamente proporcional a concentração de CNZ na amostra, enquanto as técnicas de NTA e microscopia apresentaram nanopartículas de tamanhos bastante variados, mas independente da interferência da CNZ. A encapsulação de CNZ também foi dosada por HLPC em cubossomos de MYV, obtendo um limite superior de 0,6 mg/mL. A atividade citotóxica dos cubossomos foi testada em eritrócitos, revelando uma taxa de hemólise bastante inferior em cubossomos com CNZ em relação a cubossomos puros. Acreditamos que os cubossomos podem sim ser utilizados como sistemas carreadores de CNZ. |