A radicalização do niilismo na obra de Nietzsche: acerca da posição de um novo sentido de criação e de aniquilamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Araldi, Clademir Luís
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-26122022-183921/
Resumo: O niilismo torna-se uma questão decisiva na obra tardia de Nietzsche a partir da retomada da investigação sobre o pessimismo e na medida em que é articulado com os principais temas dessa época, a saber, o eterno retorno, a vontade de potência e a transvaloração dos valores. Nesta tese, investigamos o modo como o filósofo alemão relaciona a radicalização do niilismo, da negação, da destruição, com o modo de pensar mais radical e afirmativo da vida e do mundo. Procuramos mostrar, nesse sentido, que há em sua filosofia um pensamento dos extremos, isto é, um pensamento que se move entre a negação e a suprema afirmação da vida e do mundo. Nessa perspectiva, compreendemos o artista trágico, o espírito livre e o além-do-homem como três tipos de homem significativos, construídos ao longo de sua obra no intuito de radicalizar e superar o niilismo. Num primeiro momento, enfatizamos que a questão do niilismo, antes de ser somente o resultado dos estudos e preocupações da última fase do pensamento do filósofo alemão, já está prefigurada em escritos anteriores: na abordagem do pessimismo - antigo e moderno -, na filosofia do espírito livre e no \'anúncio\' da morte de Deus. A partir disso, investigamos a perspectiva em que ele desenvolve seu pensamento dos extremos: o confronto com o niilismo, com a negação e com o pessimismo é condição para o estabelecimento de um novo sentido de criação e de aniquilamento. Num segundo momento, questionamos o modo como são relacionados, na filosofia nietzschiana, a criação e o aniquilamento, a história do niilismo e o eterno retorno, a vontade de potência ascendente e a decadente, a desvalorização e a transvaloração dos valores, o tipo superior e o último homem. Questionamos também a pressuposição do filósofo de que a radicalização do niilismo significa, ao extremo, a sua auto-superação e a transição à suprema ) afirmação. Buscamos avaliar, assim, em que medida Nietzsche alcança uma síntese dos opostos e se há na sua filosofia uma \'solução\' última para as ambigüidades e problemas levantados