Cruzabilidade entre espécies silvestres de Arachis visando à introgressão de genes de resistência a doenças no amendoim cultivado.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Fávero, Alessandra Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-21092004-160937/
Resumo: O amendoim (Arachis hypogaea) é a quarta oleaginosa mais consumida no mundo. O Brasil produziu, em 2002, aproximadamente 190 mil toneladas, sendo que 80% da área plantada situa-se no Estado de São Paulo. O principal problema da cultura neste Estado e no mundo são as doenças fúngicas de parte aérea. Diversas espécies do gênero Arachis são consideradas resistentes a várias pragas e doenças. Os objetivos dessa pesquisa foram: 1) identificar espécies silvestres pertencentes à Secção Arachis resistentes à mancha castanha (Cercospora arachidicola), mancha preta (Cercosporidium personatum) e ferrugem (Puccinia arachidis); 2) realizar cruzamentos entre espécies de genoma "A" e "B" resistentes a, pelo menos, uma doença fúngica; 3) duplicar os cromossomos dos híbridos estéreis; 4) realizar cruzamentos entre A. hypogaea e os anfidiplóides sintéticos; 5) obter a geração F1 que tivesse 50% do genoma do amendoim cultivado, 50% do genoma das espécies silvestres. Os experimentos foram conduzidos, em condições de telado, no Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". Para a identificação de genótipos resistentes às doenças fúngicas, utilizou-se a técnica de folhas destacadas, em laboratório, com inoculação artificial, condições controladas de temperatura a 25°C e luz alternada (10h luz). Os cruzamentos entre espécies silvestres, de genoma "B" com as de genoma "A", resistentes a pelo menos uma doença foram realizados em condições de telado, com emasculação realizada ao final da tarde e polinização na manhã do dia seguinte. A duplicação de cromossomos de células somáticas de híbridos com genoma "AB", foi obtida mediante o tratamento de estacas com colchicina a 0,2%, por aproximadamente 12h, em condições de luz e com temperatura entre 25-30°C. Os cruzamentos entre A. hypogaea e os anfidiplóides sintéticos foram realizados em condições de telado, na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Observou-se que várias espécies silvestres foram altamente resistentes a, pelo menos, uma das três doenças estudadas. Foi possível selecionar, como genitores masculinos, 12 acessos de genoma "A" e, como femininos, seis acessos de genoma "B". A partir de 26 cruzamentos distintos (3633 hibridações), foi possível obter 17 híbridos interespecíficos distintos com genoma "AB". Após o tratamento com colchicina de todos os 17 tipos de híbridos, foram obtidas cinco combinações híbridas que produziram flores tetraplóides (A. hoehnei x A. helodes, A. ipaënsis x A. duranensis, A. hoehnei x A. cardenasii, A. aff. magna x A. villosa, A. aff. magna x A. aff. diogoi). Foram realizados 21 cruzamentos entre A. hypogaea e os anfidiplóides sintéticos. Foram obtidos 13 tipos de híbridos: A. hypogaea (cvs. IAC-Tatu-ST, Br-1, IAC-Caiapó, IAC-Runner) x [A. hoehnei x A. cardenasii]; A. hypogaea cv. Br-1 x [A. aff. magna x A. villosa] ; A. hypogaea (acessos V 12548, V 12549, Mdi 1560, Mdi 1538, cvs. BR-1, IAC-Tatu-ST, IAC-Caiapó, IAC-Runner) x [A. ipaënsis x A. duranensis]. Os resultados obtidos confirmam que é possível a introgressão de genes de resistência a partir de espécies silvestres no amendoim cultivado, via cruzamentos, expandindo-se a lista de espécies silvestres utilizadas e ampliando a variabilidade genética liberada para seleção nos programas de melhoramento de amendoim.