Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Luís Henrique do Amaral e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-24032015-164243/
|
Resumo: |
O presente trabalho busca explorar como a dimensão do traumático incide na literatura contemporânea, mais especificamente, na literatura de um escritor nova-iorquino, Paul Auster. Supomos que as modalidades de subjetivação de determinado período histórico podem ser investigadas a partir de objetos estéticos culturais particulares, ou, pelo menos, que determinadas obras podem servir como uma espécie de testemunho e de historiografia dos sofrimentos de uma época. Esboçamos possíveis ressonâncias entre o plano geral da cultura e da história e o das qualidades específicas e expressivas de uma obra determinada, o que abre espaço para um diálogo entre esses domínios. Com isso, contudo, não se espera privilegiar o que é externo à obra em detrimento dela, e muito menos explicar a literatura pelo recurso a teorias e sistemas de compreensão prévios. Ao contrário, partimos de uma leitura próxima e imanente às obras para realizar ensaios a partir de três livros de Paul Auster: A invenção da solidão, O livro das ilusões e Noite do oráculo. Tais leituras seguiram uma espécie de ética da hospitalidade enquanto ética da leitura. Seguindo de perto as obras, e instalando-se nelas como num regime de habitação, fomos abrindo pontos de contato e comunicação entre as obras, bem como com outras dimensões da história, principalmente no que concerne a aspectos traumáticos e catastróficos. Os ensaios aventam a hipótese de que os livros de Paul Auster escolhidos demonstram, em seu aspecto mais formal, aspectos importantes do que veio a ser conhecido, na psicanálise, como compulsão à repetição. Além disso, a transmissão de aspectos indigestos e traumáticos transgeracionais, por via de criptas psíquicas, pode ser observada na própria autobiografia de Paul Auster, notadamente, A Invenção da solidão. As vicissitudes e destinos do trauma em sua dimensão transgeracional e individual são articuladas com o plano da cultura e com outros pensadores. Propomos, também, uma modalidade de leitura reparadora, em contraposição a uma leitura paranoica, para responder à complexidade e às ambiguidades das obras selecionadas |