Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bodê, Tiago |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48136/tde-08082024-110302/
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Resumo: |
Se juntássemos todas as favelas do Brasil em um único espaço físico, poderíamos proclamar um novo Estado Brasileiro. Ele seria o quinto mais populoso do país. Já pensou em quantas pessoas sofrem, privadas de seus Direitos básicos, enquanto você lê este texto? Pensando nisso, a pesquisa busca entender o papel da Educação científica e tecnológica no empoderamento social de comunidades periféricas. O contexto da investigação se deu em escolas públicas em favelas da Vila Andrade e Paraisópolis, local com uma das maiores concentrações de ocupações irregulares do mundo, situado em em uma das regiões mais ricas, luxuosas e desiguais do país. Os referenciais teóricos são Milton Santos, com sua perspectiva crítica de globalização e Paulo Freire, com sua concepção libertária de educação. Além disso, a pesquisa também foi fundamentada na alfabetização científica, no ensino por investigação e no letramento digital. A metodologia foi dividida em três fases. Na primeira delas, desenvolvemos uma ferramenta de mapeamento social, entrevistamos pessoas da comunidade e identificamos problemas sociais proeminentes. Na segunda, os sujeitos se apropriaram de ferramentas digitais. No caso, podemos destacar o uso de kits de robótica com placas de Arduino, programação em blocos para facilitar a codificação, e óculos de realidade virtual para experiências imersivas. Além disso, a colaboração entre os pares foi facilitada por meio de aplicativos como whatsApp, Google Chat e Google apresentações. Na fase final, os estudantes pensaram em soluções para os problemas sociais identificados, usando tecnologia, metodologias ativas e os ODS da ONU. Dentre os resultados, pessoas da comunidade relataram que moram em casas de pau-a-pique, sem banheiro, e que defecam em um brejo local. As fezes ficam expostas e, além do mau cheiro, invadem as casas quando chove. Numa dessas ocasiões, um morador da comunidade tentou ajudar a escoar a água e acabou sendo atingido por um ferro. Por conta da infecção e da falta de atendimento médico, teve que amputar a perna dois dias depois do acidente. À vista disso, por meio do design thinking, um grupo desenvolveu uma proposta para construção de banheiros secos, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e do ambiente. Mofo e doenças respiratórias também apareceram nas discussões e alguns pensaram em criar um sistema antifúngico. Com base na análise de episódios de ensino, verificamos níveis de argumentação promotores de alfabetização científica e do letramento digital, indicativos de empoderamento. Ademais, a ferramenta de mapeamento social desenvolvida na fase um pode contribuir com outras pesquisas científicas. Propomos também uma metodologia periférica, termo conceitual de nossa autoria, e elaboramos dez temáticas sociocientíficas voltadas para o empoderamento de comunidades periféricas, que podem ser trabalhadas em uma perspectiva curricular, local e, sobretudo, decolonial. |