Sistema agroindustrial do leite de ovelha no Brasil: proposta metodológica para estudo de cadeias curtas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Fernanda Ferreira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-05102016-133038/
Resumo: A ovinocultura leiteira tornou-se importante economicamente na América do Sul nas últimas décadas, sendo ainda pouco estudada no Brasil. O leite é destinado à produção de queijo, proporcionando valor agregado, sendo considerado fonte de renda aos produtores. Como ponto de partida para o estudo da ovinocultura leiteira, é proposta a descrição do sistema agroindustrial (SAG) para a melhor compreensão das relações entre os agentes. O estudo das cadeias agroalimentares, visando desempenho econômico superior, utiliza abordagens da microeconomia como Economia dos Custos de Transação (ECT), Economia dos Custos de Mensuração (ECM), Visão Baseada em Recursos (VBR) e Teoria do Empreendedor. Dentro dos SAGs existem as cadeias agroalimentares curtas, formas de organização e comercialização que buscam a proximidade entre produtores e consumidores. Este trabalho teve como objetivo descrever o SAG do leite ovino no Brasil, buscando entender as estratégias adotadas pelos agentes e propor uma metodologia de estudo as cadeias curtas. A pesquisa foi do tipo exploratória e de multi-caso, por meio de entrevistas com questionários pré-formulados. O SAG do leite ovino foi caracterizado como um sistema em cadeia curta pela aproximação do produtor com o consumidor, possuindo, na maior parte das vezes, apenas um agente responsável pelas diferentes etapas da cadeia. O sistema é composto, em termos de transformação tecnológica, em quatro grandes elos: insumos, produção primária, agroindústria e distribuição, sendo os insumos adquiridos em mercados spot. Foram identificadas 18 fazendas produtoras no país. As raças predominantes eram Lacaune e East Friesian, com média de 1,17 litros de leite/animal/dia, abaixo da média potencial para as raças (2 litros). Observou-se que 14 entre as 18 propriedades apresentam mão de obra familiar. Dentre os laticínios, quatro possuíam inspeção federal, três possuíam inspeção estadual e três possuíam inspeção municipal. Sete propriedades optaram por não ter o próprio laticínio, fazendo parte de cooperativa; as outras propriedades optaram pela integração vertical. A distribuição é realizada por delivery e venda em mercados pequenos ou lojas próprias. Os maiores centros consumidores encontram-se nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, havendo, porém, venda do produto em várias regiões do país. A principal característica do consumidor é o alto poder aquisitivo, fazendo-o buscar o produto em lojas especializadas. Pelo modelo das Cinco Forças de Porter, sugere-se que o sistema se apresenta sustentável e estável, sendo que o principal obstáculo para o crescimento são os produtos substitutos. Há falta de informações técnicas para melhorar a produção, assim, a verticalização do sistema e produção em cadeia curta parece ser a opção mais segura e rentável para os produtores. O modelo de estudo proposto permite analisar uma cadeia curta qualquer, caracterizando-a, com vistas à proposição de estratégias superiores de gestão e coordenação