Nilo Peçanha e o sistema federal de Escolas de Aprendizes Artífices (1909 a 1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carvalho, Marcelo Augusto Monteiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-19092017-143941/
Resumo: O objetivo deste trabalho é a discussão sobre a dinâmica política e alguns dos fatores econômicos julgados relevantes e que juntos contribuíram na decisão do Governo da União em criar um sistema federal de escolas profissionais, as Escolas de Aprendizes Artífices (E.A.As), durante o curto mandato presidencial (1909/1910) do líder fluminense Nilo Procópio Peçanha, sob o comando do Ministério da Agricultura. A referida escola instituída por este presidente foi parte concreta de um projeto político alternativo ao do liberalismo predominante do eixo São Paulo-Minas durante a Primeira República brasileira. As EAAs foram iniciadas por uma liderança representativa de uma fração da oligarquia brasileira cujo projeto político-administrativo além de ter surgido num polo econômico secundário do país, representava também o desejo daquele grupo político de tornar o papel da União mais protagonista frente ao atraso econômico e alguns dos problemas sociais do país, apesar de compartilhar dos mesmos valores e fazer uso das mesmas estratégias da República oligárquica e da sua cultura clientelística. De certa forma, não eram adeptos de um federalismo irrestrito e, sentindo-se prejudicados pelo predomínio dos interesses políticos e econômicos da oligarquia paulista e dos seus associados de momento, propuseram um Estado federal mais intervencionista inclusive no campo da Educação, esfera até então de domínio quase que exclusivo dos Estados. Verificaremos o percurso inicial das Escolas de Aprendizes de Artífices até a década de 1930, incluindo a finalização deste sistema federal de ensino com a inclusão da Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz. Também destacaremos as transformações institucionais que as EAAs experimentaram ao longo deste tempo, tal como o Serviço da Remodelação chefiado pelo engenheiro João Lüderitz, o qual se propôs a modernizar a instituição. Analisaremos algumas das suas dificuldades políticas, administrativas e econômicas no contexto da sociedade brasileira da Primeira República, além de discutir determinadas características enquanto instituição que propunha o ensino profissional para as classes populares e, finalmente, se houve algum legado para a educação brasileira.