Estudo da neuroinflamação na sepse experimental e os efeitos da curcumina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Maykon Alvarenga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CLP
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17163/tde-28012022-110018/
Resumo: A sepse está associada a altas taxas de mortalidade e morbidade, com marcantes impactos sociais e econômicos. Apesar dos avanços na compreensão de seus aspectos fisiopatológicos, abordagens terapêuticas capazes de modificar o curso da sepse ainda são limitadas. Dado seu caráter inflamatório generalizado, abordagens inovadoras para o tratamento da sepse se sustentam no emprego de compostos com papel imunomodulador e/ou antioxidante. Sob esta abordagem, estudos demonstram um potencial efeito benéfico da curcumina, composto presente na Curcuma longa (popularmente denominada de \"Açafrão da Terra\") na resposta inflamatória da sepse. O presente trabalho investigou o efeito da administração por gavagem da dispersão sólida de curcumina (DS-17 100mg/Kg) em marcadores de atividade inflamatória e apoptótica no tecido hipotalâmico, bem como nos níveis de vasopressina, ocitocina e citocinas plasmáticos de ratos sépticos. Foram utilizados ratos Wistar Hannover (250-300g) submetidos à ligadura e perfuração cecal (CLP). Os animais foram divididos em grupo CLP ou operação fictícia e em seguida subdivididos em grupo água ou DS-17. A gavagem contendo água ou DS-17 foi administrada duas horas após as cirurgias e a coleta das amostras (tecido hipotalâmico e plasma) ocorreu 24 horas após. Animais sépticos sem tratamento apresentaram sobrevida de 71,42% comparado com o grupo séptico tratado com DS-17 que apresentou sobrevida de 100%, assim como os demais grupos controles. No entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa. A análise por western blot do tecido hipotalâmico não revelou diferenças na expressão de Bcl-2, NF-κB, iNOS, sinaptofisina e PARP clivada entre os grupos. Não foram observadas diferenças nos níveis plasmáticos de ocitocina e vasopressina entre os grupos. Animais sépticos apresentaram níveis circulantes de IL1-β e IL-6 superiores aos grupos operação fictícia. Tais níveis foram significativamente reduzidos pela administração oral de DS-17. Os grupos submetidos à CLP, independentemente da administração de DS-17, apresentaram níveis semelhantes elevados de IL-10. Em nenhum dos grupos experimentais detectou-se TNF-α plasmático. Nossos dados indicam um efeito anti-inflamatório sistêmico da DS-17, sem efeitos nos marcadores de neuroinflamação e apoptose estudados. Assim, mais experimentos devem ser realizados para se esclarecer os mecanismos de ação da curcumina sobre os aspectos funcionais do hipotálamo durante a sepse.