Quaquaraquaquá quem riu? Os negros que não foram... A representação humorística sobre os negros e a questão do branqueamento da belle époque aos anos 1920 no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Benedicto, Maria Margarete dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30072019-150411/
Resumo: Esta tese tem como objetivo contribuir para um melhor entendimento das relações entre humor e racismo no período que abrange da belle époque aos anos 1920 na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, mostramos que a ideologia do branqueamento influenciou de modo decisivo as representações dos negros e de seus descendentes nos textos, poesias satíricas e nas ilustrações impressas nas páginas das revistas humorísticas do período. A elite política e a intelligentsia brasileira, se debruçavam sobre a questão do problema negro, pois a nova sociedade republicana que surgia necessitava ser reconhecida como branca e fugir da cor preta branqueamento. Versavam entre os que viam a mestiçagem como a degeneração do povo brasileiro e os que entendiam que a mestiçagem seria a possibilidade de diluição da cor preta. A análise dessa sociedade, pelo riso, nos proporcionará uma leitura mais elucidativa, visto que esse possui um compromisso com o não normativo, não sério, o indizível. O humor buscou historicizar as representações dos conflitos políticos, econômicos, culturais e sociais motivados pelo contexto da belle époque carioca e as transformações por ela originadas, como as questões ligadas à nação, à identidade nacional e à política de branqueamento. A partir da investigação dos trabalhos de Antônio Torres, Emílio de Menezes e da revista humorística D. Quixote, de propriedade e direção de Manoel Bastos Tigre, foi possível apontar como os preconceitos sociais, culturais e raciais, não raro, entrelaçados inspiram a produção desses humoristas. De certa forma, esses trabalhos não somente propagaram, mas também perpetuaram os preconceitos no imaginário da sociedade brasileira. Nesse sentido, podemos dizer que o humor é, simultaneamente, parte e uma reflexão sobre a estrutura social que habita.