Teatro da vertigem: construção poética e recepção. Estudo do campo de tensão que se instaura no encontro da proposição artística com seus receptores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nespoli, Elizabeth Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-26062015-161758/
Resumo: O objeto da presente pesquisa é a recepção teatral. Os métodos e técnicas aqui empregados como o estudo de caso, a observação participativa e a análise indutiva e dedutiva têm como objetivo uma aproximação, de caráter teórico e empírico, do campo de tensão que se instaura quando uma obra teatral é atualizada como evento na percepção dos espectadores. A pesquisa de campo foi realizada entre setembro de 2010 e abril de 2013, por meio do acompanhamento do processo de criação do espetáculo Bom Retiro, 958 metros, do Teatro da Vertigem, seguido de prospecção da atividade receptiva durante toda a temporada. Indaga-se sobre a possível potência do teatro para provocar algum grau de desestabilização no repertório cultural de homens e mulheres urbanos expostos aos múltiplos estímulos da \"sociedade excitada\" (TÜRCKE), de subjetividades colonizadas pelo capitalismo (CRARY) e de relações organizadas em torno do consumo (BAUMAN). A análise e a problematização dos procedimentos e princípios investidos pelo grupo na criação do dispositivo cênico, em articulação com questões captadas na escuta da recepção e com elementos pinçados do horizonte de expectativa de artistas e receptores, podem contribuir para o debate sobre o lugar do teatro e sua relevância na sociedade contemporânea. Hipótese reforçada pelo reconhecimento de que o vínculo entre teatro e cidade, ou a busca pela \"intervenção na imaginação pública\" (ARANTES), marca a identidade do chamado teatro de grupo (vertente da cena contemporânea à qual pertence o Teatro da Vertigem), responsável pelo mais recente ciclo de renovação do teatro brasileiro iniciado na década de 1990.